Com a quebra dos contratos de estagiários pela Secretaria de Educação, muitas escolas que possuem crianças com deficiência ou são diagnosticadas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) estão sem professores auxiliares para acompanhar esses alunos.
A falta de auxiliares nas escolas do município também se reflete em dificuldades para as famílias, devido à quebra de rotina do acompanhamento.
Em entrevista ao Acorda Cidade, a moradora do Conjunto Feira X Priscila Leal Costa, que tem um filho diagnosticado com TEA e TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), relatou que a criança sente falta da auxiliar em sala de aula e começou a regredir nas atividades.
“Desde sempre ele tem acompanhamento. Em 2018, ele começou a estudar nesta escola e sempre teve uma auxiliar. Só que este ano houve o problema com os contratos, e foram encerrados. Ele ama a auxiliar dele, faz as tarefas, e as crises estavam até diminuindo, mas agora ele ficou mais agitado com essa quebra de rotina. O trabalho do auxiliar na escola é conduzir a criança ao banheiro, estar sempre ao lado nas tarefas, é tudo para a criança que tem o espectro autista”, contou Priscila Leal.
Ela informou que o garoto foi diagnosticado ainda pequeno, através de um especialista do Centro de Apoio Psicossocial (Capes) e desde então recebe o acompanhamento.
“No início a gente pensou que ele só tinha o TDAH, isso por volta de 2016 para 2017. Em 2018, eu fui ao Caps, e lá o médico falou que ele poderia ter esse diagnóstico de autismo. Sendo assim, em 2019, fechamos o diagnóstico de autismo e TDH. Hoje ele tem 10 anos. Ele começou a estudar na rede municipal em 2018. Meu filho é autista do grau moderado, porém todos os autistas são diferentes. Meu filho é hiperativo, ainda não consegue realizar a tarefa de tomar banho só, sempre tem que ter aquele auxílio para fazer várias coisas.”
Segundo Priscila Leal, com a saída da auxiliar da unidade de ensino, o filho já tem uma semana sem frequentar as aulas e tem sido difícil realizar as tarefas em casa.
“Meu filho tem uma semana sem ir para a escola, que fica no Feira X. A escola está funcionando. E não é só meu filho que está sem os auxiliares, são 21 crianças no total. Em média, fiquei sabendo que 14 auxiliares tiveram a quebra do contrato. Meu filho estava na fase de aprender a ler. Eu fui até a escola pegar as tarefas para fazer com ele, mas como teve essa quebra de rotina já atrapalhou. Ele ama matemática, mas isso trouxe um vazio pra ele, e a começou a regredir”, lamentou a mãe.
A dona de casa faz um apelo à Secretaria de Educação para que solucione esta situação. “Como mãe de um autista, não só para essa escola, mas também outras que estão precisando, pois eles precisam estudar.”
Segundo a secretária de educação, Anaci Paim, há necessidade de compatibilizar o tempo de assinatura dos contratos de estágio, como de qualquer outro contratado, assim como o e-social.
“Em decorrência dessa situação, que é uma exigência legal, estabelecida para todo o país, é necessário, portanto, que os estagiários assinem novos contratos a partir do dia 1º até o dia 28 de fevereiro, e tendo todo esse período regular com a situação do contratado, incluindo-o no e-social, que é a exigência para seu pagamento. Toda essa situação concluída e encaminhando para as faculdades o termo de compromisso para assinatura em bloco, para ganhar tempo e não ter nenhum atraso nessa tramitação, enquanto isso fazemos toda uma tramitação que ocorre online entre a Secretaria de Educação e as unidades dos estagiários.”
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.
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