Educação

Mãe diz que Secretaria de Educação retém materiais escolares e prejudica alunos da Rede Municipal

Conforme Daniella Rodrigues da Silva, os materiais básicos para estudo, ficam retidos na escola e não podem ser levados para as residências.

kit escolar
Foto: Milena Brandão

Uma mãe de três filhas que estudam na Rede Municipal de Ensino de Feira de Santana entrou em contato com o Acorda Cidade para fazer uma denúncia sobre a entrega de materiais escolares fornecidos pelas instituições. Conforme Daniella Rodrigues da Silva, os materiais básicos para estudo, como lápis, borracha, apontador e estojo ficam retidos na escola e não podem ser levados para as residências.

Em conversa com o Acorda Cidade, Daniella relatou que duas filhas, de 8 e 4 anos, respectivamente, estudam na Escola Municipal da Amizade, bairro onde a família mora, localizada no povoado de Tanquinho, próximo a Avenida Noide Cerqueira. Já a filha de 12 anos, estuda na Escola Municipal Adelice Cavalcante, no bairro SIM.

Escola Municipal da Amizade
Foto: Arquivo Pessoal

Ainda segundo a mãe, as crianças menores sequer puderam levar os materiais para casa, mesmo sendo informada de que os itens seriam distribuídos aos alunos.

“Eu tenho três filhas na unidade escolar, uma de 12 anos que estuda na Escola Municipal Adelice Cavalcante, no SIM e as duas menores que são uma de 8 anos e uma de 4 anos que estudam aqui no bairro mesmo, no povoado de Tanquinho, na Escola Municipal da Amizade. Fomos informados através do WhatsApp, do grupo da escola delas, aqui do povoado que tinha chegado materiais escolares, porém por ordem da Secretaria de Educação não iríamos ter o direito de trazer os materiais para casa. Os materiais ficariam retidos na escola para uso exclusivo em sala de aula e quando fosse necessário fazer uma atividade em casa, a professora enviaria algum material se fosse preciso”, disse.

Daniella Rodrigues e filhas
Foto: Arquivo Pessoal
Daniella Rodrigues e filhas
Foto: Arquivo Pessoal

Sobre a informação de que os responsáveis teriam recebido uma lista que constava dos materiais recebidos, Daniella Rodrigues reforçou que assim como outros pais, assinou uma lista de recebimento dos itens, mas que não recebeu.

A mãe também comentou que atividades foram enviadas para a residência para serem feitas com o material escolar, mas que por conta de estarem retidos nas escolas, as tarefas foram suspensas.

“Elas receberam um classificador com folhas de atividade dentro e não receberam um lápis, uma borracha. Já a maiorzinha que está no terceiro ano recebeu um lápis, uma borracha, um estojo, um apontador e uma agenda escolar. Na caixa vem especificando, na lista que vem sete cadernos, seis cadernos pequenos e um caderno de 12 matérias com 240 folhas. Até agora ela não recebeu nenhum dos materiais, ela não teve acesso. Tivemos que assinar uma lista de que a gente havia recebido os materiais, porém, que a gente não iria ter acesso aos materiais, somente as crianças no local de estudo. Hoje eu questionei porque veio uma atividade de recortar e colar para uma de minhas filhas. Fui até a escola, perguntei quais materiais seriam precisos para realizar a atividade e a diretora falou que iria avisar a professora para não enviar mais atividades assim para casa porque os materiais não iriam para casa, então eu acabei voltando sem os materiais”.

Ao questionar à direção escolar sobre o os materiais escolares, Daniella foi informada de que por ordens da Secretaria de Educação, os itens não poderiam ser entregues.

card Escola Municipal da Amizade
Foto: Arquivo Pessoal

A mãe concluiu ainda fazendo um apelo sobre o recebimento dos materiais para os estudantes que não têm condições de arcar com a compra dos itens.

“Eu perguntei para a professora, vice-diretora e a diretora o por quê que estava acontecendo isso, como as crianças iriam realizar as atividades em casa e eles mostraram um papel e que estavam seguindo a ordem, já que na ordem dizia que não era para eles enviarem material nenhum e que iria ficar na escola. Eu vim para casa novamente sem os materiais escolares. Minha filha de três anos não tem um lápis e uma borracha porque estão com os materiais lá. Mas, varia de aluno também, porque eu tenho uma vizinha, que ela estuda na mesma escola, é do segundo ano e ela recebeu todos os materiais, já minhas filhas uma recebeu poucas coisas e outras não receberam nada. Está uma bagunça, a gente quer uma resposta. Ouvi dizer que é porque os alunos não tem cuidado com os materiais, mas a gente não pode generalizar, porque minhas filhas sempre tiveram zelo com os materiais e isso é errado”, concluiu.

O que diz a Secretaria Municipal de Educação

Ao Acorda Cidade, a secretaria de Educação Anaci Bispo Paim informou que todos os materiais escolares são distribuídos aos estudantes, mas para evitar que a criança carregue peso, parte deste material fica guardado na unidade escolar.

Secretária de Educação
Foto: Paulo José/Acorda Cidade

“A secretaria de educação adquire kits escolares por segmento de educação infantil nos anos iniciais e nos anos finais, assim como na Educação de Jovens e Adultos e também para o aluno que tem baixa visão em determinada situações. Este material é distribuído para as escolas, para que elas façam chegar aos alunos como uma disciplina de uso, esta disciplina de uso é pautada em alguns critérios, primeiro de não gerar para criança, um peso muito exagerado de transporte diário do material. Ela recebe vários cadernos, ela vai usar tinta guache, pincel piloto, lápis de cor, ela vai utilizar tela de pintura, vai utilizar também o avental, a máquina de calcular, o material de desenho, então não pode a criança transportar todos estes itens todos os dias”, explicou.

De acordo com a secretária, a depender da atividade passada em aula, a criança terá autorização para levar o material para casa.

“Os pais ou responsáveis pelas crianças, chegam até unidade escolar para conhecer qual é esse kit e tomar conhecimento do que o seu filho tem a sua disposição no dia a dia. As atividades que tem para desenvolver em casa, será disponibilizado os materiais como lápis, caneta, borracha, lapiseira, todo o material”, afirmou.

Segundo Anaci Paim, o material é de uso exclusivo do estudante.

“Outro aspecto importante é que a família oriente a criança do uso correto destes itens. Nós já encontramos parte desses materiais sendo utilizados de maneira inadequada em alguns ambientes inclusive não educacionais, de você chegar e ter um material por exemplo em uma mercearia, de você ter o material dando suporte para outras coisas de alguns profissionais que trabalham em outras área, e isso não pode, este material é de uso exclusivo do aluno e é com ele que ele deve estar utilizando todo o tempo”, concluiu.

Com informações da jornalista Iasmim Santos do Acorda Cidade

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