Bahia

Governo estuda 2ª etapa de pagamento do vale-alimentação, caso decreto que suspende aulas seja prorrogado

O secretário de Educação Jerônimo Rodrigues salientou que enquanto houver risco de saúde, as escolas ficarão fechadas. Governador Rui Costa deve se pronunciar sobre o assunto ainda esta semana.

Daniela Cardoso 

Quase 50% dos alunos da rede estadual de Feira de Santana já foram atendidos com o vale-alimentação no valor de R$ 55 distribuído pelo Governo do Estado. Em Feira de Santana, os alunos estão sendo atendidos por duas redes de supermercados credenciadas, porém em outros municípios, a exemplo de Antônio Cardoso e Ipecaetá, a partir de hoje (27) começam a ser entregues cartões alimentação.

De acordo com o secretário estadual de Educação Jerônimo Rodrigues, com o cartão o estudante ou o responsável pode chegar em qualquer supermercado que aceite a bandeira, pegar o alimento e passar o cartão. Ele destacou que não é permitida a compra de produto de limpeza nem higiene pessoal e que é obrigatório apresentar o documento de identidade e CPF.

“Esse é o cartão alimentação. Com esse dinheiro só pode comprar alimentos e com ele a rede de compra aumenta, não ficando limitado apenas ao Assai e a Cesta do Povo. Isso facilita o acesso. Feira Santana, Bárbara e Santo Estêvão não solicitamos o cartão para essa primeira etapa. Se o decreto de suspensão das aulas se prorrogar muito e precisarmos fazer outro pagamento de 55 reais, nós já estamos fazendo o pedido dos cartões de vários municípios, inclusive de Feira”, informou em entrevista ao Acorda Cidade.

O secretário disse ainda que como não está tendo transporte escolar, é possível que alguém que more longe em algum distrito e não tenha tido condições de ir até alguma rede de supermercado credenciada, a secretaria de Educação está dando um prazo para levantar a situação desses estudantes, com o intuito de adiantar os cartões alimentação para essas pessoas que moram longe. Jerônimo disse que o estado pode fazer uma parceria com a prefeitura ou associações para a entrega do cartão.

Filas para retirada do vale-alimentação

O secretário de Educação Jerônimo Rodrigues ainda comentou as grandes filas nos supermarcados em Feira e em Salvador para a retirada do vale-alimentação nesta primeira etapa. Segundo ele, o estado tinha que se movimentar rápido e pensou em uma opção que agilizasse o processo. Jerônimo destaca ainda que todas as orientações necessárias foram passadas para a população.

“Nessa operação, mesmo tendo as filas, nós atendemos quase 200 mil estudantes. A gente fez orientações, as lojas foram parceiras, distribuímos máscaras. Foi a vontade de adiantar o processo e garantir o vale-alimentação para o estudante, foi uma boa tentativa, mas aconteceram as aglomerações. Em Feira, o Núcleo Territorial fez um escalonamento, como a gente não fez em Salvador devido ao tamanho. Teve escola que foi dividida por turno, por série, então tentamos fazer o máximo para organizar”, afirmou ao Acorda Cidade.

Retorno das aulas e reorganização do calendário escolar

Com relação ao retorno das aulas no estado da Bahia, Jerônimo Rodrigues disse que o governador Rui Costa e o secretário de Saúde Fábio Villas Boas estão analisando a situação do coronavírus na Bahia. Mas Jerônimo disse acreditar que dificilmente não ocorra a prorrogação do decreto em vigor, que suspende as aulas até o dia 3 de maio. Segundo ele, caso ocorra a prorrogação do decreto e ficar mais um mês sem aula, o governador vai fazer as contas para uma segunda etapa de pagamento do vale-alimentação.

“Eu acredito que a gente não retorna dia 4 de maio, mas o governador vai falar sobre isso ainda essa semana. Temos nos reunido com todos os secretários do Brasil e a reorganização do calendário escolar é uma preocupação de todos. Estamos indo aos poucos, já tem cerca de 45 dias dos dois decretos. Tirando os fins de semana e feriados, são cerca de 30 dias letivos parados. Até dois meses de aula a gente consegue repor de forma presencial até o dia 23 de dezembro usando sábados e alguns feriados programados. Passando de dois meses, a gente já adentra o ano de 2021, então a gente está indo aos poucos”, explicou.

O secretário de Educação salientou ainda que enquanto houver risco de saúde, as escolas ficarão fechadas. Segundo ele, tem escolas com mais de 2 mil estudantes e caso as aulas retornem, não será possível evitar aglomerações dos estudantes.

“Por isso temos que ser pacientes. Vamos fazer um calendário de reposição com paciência e pé no chão. Tem professor que continua trocando exercícios com os estudantes pela internet, mas não está contando no decreto. Só faremos isso depois que tivermos certeza de quantos dias precisamos repor, aí faremos um calendário combinado com o município e também com a rede particular, se possível”, disse. 

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