Retorno às aulas

Gestores de escolas particulares fazem carreata pedindo retorno das aulas presenciais em Feira

Junto com os diretores e professores, o advogado Gustavo Peixoto, da Associação Intermunicipal das Escolas Empreendedoras (Assinee), explicou que a manifestação também tem como objetivo chamar a atenção da sociedade para que possa ser discutido o papel da educação no município.

Gabriel Gonçalves

Gestores e professores de escolas privadas em Feira de Santana realizaram uma carreata pelo centro da cidade, na manhã deste sábado (16), com o objetivo de chamar a atenção do poder público, solicitando novos protocolos para que as aulas presenciais possam retornar.

Representando o Núcleo de Atenção ao Diretor Escolar (Nade) em Feira de Santana, o proprietário do Colégio Intelecto, João Pedro Monteiro, explicou em reportagem ao Acorda Cidade que um dos objetivos da manifestação é que seja autorizado o ensino híbrido, ou seja, o online junto com o presencial.

"Estamos aqui para discutir novos protocolos na educação, porque esse setor foi o primeiro a parar e até agora não retornou. Estamos vivendo um momento que está abalando financeiramente não só a estrutura das escolas, mas também de forma psicológica os pais desses alunos que querem o retorno presencial, mas existem aqueles que ainda não querem. Então o que queremos? Ter a opção de ser facultativa, tenha o ensino híbrido e outra parte seja na escola, mas que esteja obedecendo a todos os protocolos. Precisamos nos adaptar em 2020 e continuamos nos reinventando para que uma melhor educação seja oferecida", destacou.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

De acordo com João Pedro, mais de nove escolas privadas no município já fecharam as portas por conta da grande inadimplência.

"Temos o conhecimento que mais de nove escolas grandes aqui em Feira de Santana não suportou o grande índice de inadimplência e isso levou a situações difíceis. Teve o suporte do Governo com auxílio emergencial, redução da jornada de trabalho, mas por outro lado o fator inverso da inadimplência, além dos nossos gastos com o investimento em tecnologia em nossas escolas", finalizou.

Junto com os diretores e professores, o advogado Gustavo Peixoto da Associação Intermunicipal das Escolas Empreendedoras (Assinee) explicou que a manifestação também tem como objetivo chamar a atenção da sociedade para que possa ser discutido o papel da educação no município.

"A educação durante o ano de 2020 foi totalmente esquecida por todo o governo estadual, municipal e federal. As escolas estão buscando que a sociedade possa reconhecer e discutir o papel da educação, o papel da escola no convívio da sociedade e, se for possível, sim, as escolas irão abrir suas portas e os pais de maneira optativa devem comparecer nas unidades verificando o que está sendo feito e se sentirem à vontade, para que levem seus filhos para a escola, pois a escola deve ser considerada como essencial", afirmou ao Acorda Cidade

Durante o período da pandemia, que forçou as escolas fecharem as portas, o nível de inadimplência aumentou em até 60% nas unidades. De acordo com o advogado, além desse número alto, as escolas precisaram investir em equipamentos para oferecer as aulas online.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

"Os prejuízos são enormes e a inadimplência é um grave problema, o nível chegou a 60% nas escolas. Esses gestores precisaram investir em equipamentos, ter que readequar a forma de ensino e agora nesse período de matrícula, o índice de procura está sendo muito baixo. Eu estou assessorando seis escolas aqui na cidade que estão fechando as portas e isso significa mais de 100 empregos que vão se encerrar, além da procura desses estudantes para outra unidade de ensino", explicou.

Segundo Gustavo Peixoto, as escolas estão preparadas desde o mês de julho quando foi feita a especulação do retorno presencial.

"Todos os protocolos já foram adotados com a compra de equipamentos, troca de bebedouros para que não sejam acionados com as mãos, placas de acrílico dentro das salas, então todas as escolas já estão preparadas para receber todos os estudantes e por isso estamos aqui chamando a atenção da comunidade para que eles possam olhar para o nosso lado entendendo que esse setor não pode ser colocado em último plano", finalizou.

A diretora do Nade, Mayara Gonçalves, destacou a grande importância da união de todos os gestores de escolas privadas na carreta realizada nesta manhã e ressaltou a importância do retorno das aulas presenciais.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

"Hoje mostramos que a nossa categoria é unida e mostra que juntos, somos mais fortes. Queremos trazer para a nossa comunidade que a escola não parou e precisamos continuar, trazendo a educação de qualidade para as nossas crianças. Com as escolas fechadas, infelizmente ficamos impedidos de dar a oportunidade da criança socializar, aprender, além dos muitos empregos perdidos e motoristas de transporte escolar que ficaram desamparados por essa consequência. As escolas estão preparadas e mostramos isso hoje com nossa carreata", finalizou.

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

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