Acorda Cidade
“Fora da escola não pode – mesmo funcionando em outros formatos!”. Com este tema, a Prefeitura de Feira de Santana, através da parceria entre as secretarias de Educação, Desenvolvimento Social e Saúde se engaja na campanha Busca Ativa Escolar.
A iniciativa, adotada pela gestão municipal, é do Fundo das Nações Unidas para a Infância, UNICEF, em parceria com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação, Undime. O objetivo é reintegrar o estudante que, por qualquer motivo, abandonou a escola ou não mantém nenhum tipo de contato com a instituição.
As aulas na Rede Municipal de Educação foram retomadas no dia 29 de março, de forma não presencial. A Secretaria de Educação realizou um mapeamento da porcentagem da participação efetiva dos estudantes nas atividades pedagógicas.
Além das videoaulas que são transmitidas através do canal da Seduc no YouTube, os estudantes recebem a cada semana as atividades impressas que são disponibilizadas em todas as 206 escolas. Através desse fluxo de entrega e retorno das atividades, é possível identificar os estudantes que estão ativos no processo de aprendizagem.
Ações articuladas entre as escolas, gestores, coordenação pedagógica e as famílias são realizadas para identificar e entender as razões do afastamento durante a retomada pedagógica. A secretária de Educação, Anaci Paim, relata que compreender esses dados é fundamental para buscar as razões que justificam a não frequência. “A partir daí localizar esses estudantes e evitar que esses resultados iniciais não resultem em uma evasão maior”, defende a secretária.
“Estamos acompanhando os dados através dos registros feitos por nossas equipes de Coordenação Pedagógica que traçaram o desempenho de cada escola. Tivemos unidades de ensino com resultados favoráveis entre 80% e 100% no quesito devolução das atividades. Mas, outras tiveram o resultado muito baixo, como 8% e 14%”, apresenta a secretária. Em razão disto, a Seduc está reforçando a busca ativa pelos alunos. “Não podemos ter conhecimento desses dados e ficar de braços cruzados”, ressalta a professora.
Busca ativa escolar
Cada vez que há um aluno evadido recursos também são desperdiçados, pois esse investimento será refeito novamente para o mesmo aluno, que poderia ter um desempenho diferente e avançar no ano escolar. De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, ECA, “a criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho”.
Cada secretaria e profissional dos setores envolvidos têm um papel específico para executar as estratégias traçadas pelo grupo que atuará na busca dos estudantes afastados – desde a identificação da criança ou adolescente fora da escola ou em risco de abandono, até a tomada das providências necessárias para seu atendimento nos diversos serviços públicos; a (re) matrícula e a permanência do aluno na escola.
Equipe intersetorial é capacitada
A equipe envolvida na execução da campanha está sendo treinada e capacitada para utilizar a plataforma da Busca Ativa, uma ferramenta tecnológica que funciona como um grande banco de dados. Este instrumento facilita a comunicação entre as áreas, armazena dados importantes sobre cada caso acompanhado e apoia na gestão das informações sobre a situação da criança e do adolescente no município.
Nesta segunda-feira, 28, acontece um encontro de orientação e capacitação com a coordenação e os técnicos verificadores dos CRAS para apresentação da campanha. Será também o momento de planejamento sobre as ações que serão desenvolvidas para evitar a evasão escolar. Vão participar os representantes da Sedeso, SMS e Seduc. O encontro vai acontecer no Centro de Convivência para Idosos Dona Zazinha Cerqueira, no bairro Muchila, ao lado do Maestro Miro.
Já o Dia D da Busca Ativa acontecerá na próxima quarta-feira, 30 de junho. Toda a comunidade escolar e sociedade são convidadas a participar desse movimento que contará com diversas ações em toda a cidade.
Durante todo o mês de junho, os técnicos participaram de reuniões intersetoriais para identificar as estratégias e definirem o plano de ação para cada caso de evasão – classificados como de baixa, média e alta complexidade.
“Nosso intuito é que o aluno esteja frequentando a escola. Trabalhamos para que o gestor escolar tenha acesso a todas as estratégias possíveis para manter o estudante na escola”, defende Indaiá Oliveira, assistente social e integrante da Equipe Interprofissional da Seduc.