Educação

Estudantes temem ser prejudicados pelo Novo Ensino Médio

O currículo reduz a obrigatoriedade de algumas disciplinas e cria itinerários que permitem que os alunos se aprofundem nos temas de interesse.

estudante
Foto: Arquivo/Agência Brasil

Agência Brasil – O novo ensino médio não está funcionando bem, na avaliação de três estudantes da rede pública que participaram da mesa Novo Ensino Médio: O Que Pensam Os Jovens, na tarde de terça-feira (19) no 7º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação, na cidade de São Paulo.

Maria Eduarda Gutérres Escobar, aluna do 2° ano do ensino médio do Colégio Estadual Coronel Afonso Emílio Massot, em Porto Alegre, Vitória Ribeiro, que faz o 2º ano na Escola Estadual Eudoro Villela, em São Paulo, e Maria Luiza da Silva Vasconcelos, aluna do 2° ano na Escola de Referência em Ensino Médio Antônio Inácio, em Feira Nova, Pernambuco, avaliaram que a redução da carga horária de disciplinas básicas nesta etapa de ensino vai prejudicá-las quando forem prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2024.

“Vou ter que estudar por fora da escola para poder fazer o Enem”, disse Maria Eduarda.

Ao participar hoje do congresso, o ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que as mudanças no Enem só devem passar a valer em 2025.

O currículo que entrou em vigor no ano passado reduz a obrigatoriedade de algumas disciplinas e cria itinerários que permitem que os alunos se aprofundem nos temas de interesse. Entre as opções, está a ênfase em linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas ou no ensino técnico. A oferta de itinerários, entretanto, depende da capacidade das redes de ensino e das escolas.

“No papel, o novo ensino médio é uma maravilha. A ideia é que fosse um ensino mais dinâmico e que o aluno tivesse opção de traçar sua trilha, mas, na prática, isso não ocorre. Para o ensino médio melhorar, tem que melhorar a estrutura das escolas. Tem uma deficiência na merenda escolar, por exemplo. As aulas não estão atrativas. Vai haver um retrocesso na educação. A gente vai voltar à época em que só os estudantes da classe alta entravam nos cursos superiores”, disse Maria Luiza.

Vitória lembrou que há uma grande defasagem por causa dos anos de isolamento social durante a pandemia de covid-19. “Mesmo com aula online, não deu para acompanhar. Quando voltou, eu fiquei meio perdida. É tão corrido que acaba ficando para trás conteúdo que a gente não aprendeu. Com as matérias novas do ensino médio, faz uma confusão só. A gente tem que correr atrás para poder prestar o Enem, um concurso. É bem difícil.”

O governo vai apresentar mudanças ao novo ensino médio. Camilo Santana espera que as alterações nesta etapa de ensino sejam apreciadas pelo Congresso Nacional ainda em 2023. A proposta que será apresentada pelo governo foi construída após consulta pública.

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Jorge Santos

Esse ensino médio do Temer é só mais uma tática política para prejudicar o estudante do sistema público, eles buscam sempre prejudicar as classe mais desfavorecidas, o Guedes se mostrou incomodado com o filho de porteiro estudando via Fies, o Temer não fala, mas não fica atrás. O ensino privado melhorou com com a reforma e o público declinou ainda mais.

Anderson

Esse modelo do novo ensino médio já está em discussão desde 2017 e já vem ocorrendo de forma piloto desde 2018 em alguns estados e escolas, inclusive aqui na Bahia. O grande problema é que nossos governantes não se prepararam para isso, deixaram chegar no ano previsto para implantação para criticarem, apontarem falhas e retrocederem, ao invés de se prepararem com antecedência para isso. Quem paga pela desorganização mais uma vez é a sociedade e os nossos estudantes.

Jorge Santos

O modelo e novo é um lixo, não tem preparo que melhore; o conteúdo na escola pública já ficava muito aquém da partular, introduzir bobagens só piora a situação.

Fernando

Que bagunça entra governo muda entra outro governo muda… resumindo e os estudantes sendo prejudicado.