Feira de Santana

Estudantes do Sesi em Feira de Santana ganham prêmios em etapa nacional da Olimpíada de Robótica

Os alunos foram vitoriosos e garantiram os prêmios nas modalidades de responsabilidade social e divulgação científica.

Estudantes do Sesi_ Foto Ed Santos AC
Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade

Estudantes da Escola Sesi de Feira de Santana conquistaram duas premiações na etapa Nacional da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR). A etapa Nacional – presencial foi realizada entre os dias 17 e 22 de outubro no campus da FEI, em São Bernardo do Campo, São Paulo. O evento virtual, da modalidade simulação, aconteceu entre os dias 15 e 17 também deste mês.

Os alunos foram vitoriosos e garantiram os prêmios nas modalidades de responsabilidade social e divulgação científica. Em entrevista ao Acorda Cidade, os professores orientadores, bem como os estudantes participantes, falaram sobre a importância desses títulos para a instituição em Feira de Santana.

Professor José Augusto_ Sesi_ Foto Ed Santos AC
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

De acordo com o professor de robótica José Augusto Almeida Araújo Júnior, a robótica é um termo muito amplo, atualmente muito utilizado para se referir a ações que, de alguma forma, estão muito relacionadas com a tecnologia, a ciência, aspectos baseados principalmente no desenvolvimento de componentes eletrônicos e de robôs.

“Mas, a robótica não é só isso, a gente também fala de robótica quando trabalha com programação, análise de soluções que envolvem a tecnologia de alguma forma. Nós tivemos na nossa escola uma etapa regional que aconteceu em Salvador e nós tivemos quatro equipes competindo nesta ação. No N1 uma equipe foi classificada para a etapa nacional, composta por quatro estudantes, e outra equipe também foi classificada para o nacional virtual, então das quatro que nós tivemos, duas progrediram para as ações voltadas para o desempenho nacional. E as duas que participaram do nacional conseguiram premiações”, informou o professor.

Segundo ele, as equipes levaram robôs autônomos. “A OBR tem essa característica de construir robôs autônomos que simulem, por exemplo, em uma área de resgate em um acidente, que tem infinitas vítimas que precisam ser resgatadas dentro desse ambiente hospital, e através dessas ações a gente têm o robô, que precisa desviar de obstáculos, identificar as vítimas, a partir do momento que recebe o start, e ele precisa recorrer a pista de forma autônoma”, explicou.

José Augusto destacou que foram muitos meses de trabalho, pois os estudantes treinam no turno oposto de aula, no final de semana, feriados, então demanda muita dedicação.

“É extremamente desgastante, mas o ao final vale à pena, porque eles ganham muitas aptidões. Foram cerca de 50 equipes na etapa nacional, e a competição acontece de duas maneiras, que são tanto a simulação quanto a ação prática, e o desafio acaba sendo específico, mas em ambas temos resultados satisfatórios”, afirmou.

Professor Moisés Fábio_ Sesi_ Foto Ed Santos
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

O professor Moisés Fábio Porto e Porto, que ensina Matemática e robótica, uma das equipes participou do torneio de modo virtual, com a missão de programar um robô.

“Inicialmente foi por meio da etapa regional, aonde os meninos tiveram como objetivo programar um robô na plataforma e esse robô tinha que realizar algumas missões, e nestas missões era gerada uma determinada pontuação e dentre as equipes ficamos em primeiro lugar, então nós alcançamos o campeonato na etapa regional da Bahia, e nos classificamos para a etapa nacional, em que ficamos na terceira colocação”, disse.

Ele observou que, nas aulas os alunos aprendem que a robótica não é só programar um robô ou montar esse robô para estar executando as missões, vai muito além, como o trabalho em equipe, a cooperatividade e a interação entre eles.

“Ter essa oportunidade do pessoal que foi para a etapa nacional em São Paulo de conhecer outras equipes de outros estados, ter essa vivência e trocar experiências, é muito importante para eles. Essa preparação começou desde o ano passado com o processo seletivo, em que todos os alunos da escola tiveram a oportunidade de se inscrever, e neste processo a gente busca algumas características voltadas ao perfil do torneio, que é justamente o trabalho em equipe, a cooperação, o comprometimento, que a robótica traz muito a questão da interdisciplinaridade, e nesse processo de participação mútua tanto nas aulas presenciais, no sentido da robótica educacional, quanto da robótica no torneio, a gente vai preparando esses alunos para se capacitarem cada vez mais”, destacou o professor.

A equipe que conseguiu alcançar o terceiro lugar na etapa nacional e ganhou a medalha de bronze conquistou, na verdade, um feito inédito para a instituição.

“Foi a primeira vez que a nossa equipe foi para o nacional e trouxe um título. Já tínhamos ido para um campeonato nacional, no ano retrasado, mas não conseguimos alcançar uma pontuação tão boa como agora. Então eu percebo que apesar de nós não termos alcançado o primeiro lugar, mas o que vale é a participação e trazer o terceiro lugar foi muito importante”, enfatizou.

Estudante Catarina_ Sesi_ Foto Ed Santos AC
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

A estudante Catarina Casaes Barros, 14 anos, falou ao Acorda Cidade sobre como surgiu o seu interesse pela robótica e por que participou do campeonato, na modalidade virtual.

“No Sesi a gente tem a robótica educacional, que todos os alunos recebem, ou seja, já tem um contato com a programação e montagem, e isso atrai o campeonato, onde a gente recebe o edital de seleção e se inscreve. Eu me interessei pela robótica porque na educacional eu sempre apresentei um grande interesse e sempre acompanhei as outras equipes, que participaram antes de mim. Elas passavam nas turmas e eu me encantei, de fato, por aquilo, e isso foi o que despertou o interesse em mim, inicialmente. Eu gostei muito da competição, eu aprendi novos conhecimentos, a programar, e isso me possibilitou um grande reconhecimento na escola, pelo fato de estar participando”, salientou.

Já o estudante Jonathas Caíque Almeida de Souza, 14 anos, que cursa o 8º ano do ensino fundamental, participou da Olimpíada na forma presencial. Ele também se interessou pela área ao ver outros colegas participando das aulas e competindo nos campeonatos.

Estudantes Jonathas_ Sesi_ Foto Ed Santos AC
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Eu entrei aqui no sexto ano e já tinham outras equipes, e eles sempre passavam nas turmas fazendo campanha e também nas aulas de robótica educacional, eu sempre tive um bom desempenho, despertando meu interesse. A robótica significa pra mim uma grande fonte de aprendizado, que vou levar com certeza para meu futuro e também é algo que entrará no meu currículo como aprendizado. Ao ganhar o prêmio me senti muito especial, porque tinha em torno de 80 equipes no nacional, e a gente levar uma premiação foi muito significante. Já participei ano passado na modalidade virtual e este ano na modalidade prática presencial”, disse.

Cristiane Costa Santana Souto é a coordenadora pedagógica da disciplina de robótica. Ela ressaltou a importância das aulas para os estudantes da instituição e como eles vem se desenvolvendo.

“Esse prêmio é fruto de muito trabalho, um trabalho árduo. A nossa escola, apesar de ser relativamente nova, vem colhendo muitos frutos na robótica, então a disciplina é um dos nossos diferenciais. A gente tem um trabalho de robótica aqui desde o 6º ano até o ensino médio, então os estudantes têm aulas semanalmente e para além disso o Sesi oportuniza os estudantes a participarem de três campeonatos, que são o FFL, Fórmula 1 e OBR, que foi essa agora que estivemos na disputa em São Bernardo (São Paulo), onde obtivemos dois prêmios. Ambos do nível 1. Então a escola vem fazendo um trabalho muito assertivo com a robótica, todos os estudantes são contemplados, aqueles que participam de campeonatos treinam no turno e têm uma carga horária maior da disciplina. A gente tem visto resultados não só em premiação para a escola, mas no desenvolvimento dos estudantes, e a gente percebe que alguns que chegam tímidos, depois que passam pelas vivências da robótica campeonato, ficam mais protagonistas, autônomos e solucionadores de problemas.”

Ainda conforme a coordenadora ao Acorda Cidade, o reconhecimento pelas premiações dos estudantes é algo importante para a instituição de ensino e para toda a Bahia.

“Nós temos caso de estudantes, inclusive da Rede Sesi Bahia de Educação, que conseguiram bolsas em universidades de São Paulo, que são referência no Brasil, e bolsas no exterior, então para além das competências e habilidades que o estudante desenvolve, ele pode receber essas oportunidades externas. O Sesi é diferenciado no sentido de tecnologia e inovação, que temos bastante aqui em nossa escola. Dentro dessa perspectiva, trabalhamos fortemente com a robótica, temos laboratórios equipados e quando abrimos a escola, na sequência já colocamos a robótica. E desde quando a gente iniciou disciplina, não ficamos nenhum ano sem premiação em alguma dessas categorias, então todo ano estamos com prêmios, que não só representa a escola, mas o estado da Bahia. São prêmios que a gente entende que a nossa equipe representou o estado da Bahia, dentre as melhores do Brasil”, concluiu.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp e Telegram

Inscrever-se
Notificar de
0 Comentários
mais recentes
mais antigos Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários