Daniela Cardoso
O estudante Felipe Santos Cardoso, de 17 anos, resolveu dar aulas de teatro gratuitas para outros estudantes do colégio onde estuda, o Assis Chateaubriand. Ele começou a fazer aulas de teatro aos 14 anos e percebendo os benefícios e a evolução em várias áreas da vida, resolveu compartilhar o conhecimento. As aulas acontecem duas vezes por semana e atualmente 32 estudantes participam.
Filipe está cursando o 2º ano e começou as aulas de teatro em uma escola municipal, quando ainda morava na cidade de Gandu. Ele conta ao Acorda Cidade que quando começou a fazer o curso sentiu mudanças significativas no comportamento. Ele percebeu que as aulas abriam seus olhos para enxergar que ele podia seguir vários caminhos para vida pessoal e também para a vida na escola.
“Fui melhorando na escola, na apresentação de seminários e trazendo ideias para me aprimorar, então minha vontade com esse projeto é mostrar a realidade do mundo para os alunos, pois o teatro faz uma crítica social perfeita e amo isso. É uma visão nova, um quebrar a timidez e mostrar que eles são capazes e conseguem”, afirmou.
Na escola, ele consegue acompanhar o desenvolvimento dos estudantes através das aulas de teatro, que para Felipe representa o vencimento de barreiras, o seguir em frente.
“Aqui na escola a experiência tem sido ótima, vejo resultados nos meus alunos. Alguns que chegaram sem base nenhuma e hoje fazem maravilhas. Já apresentamos três peças. A última falou sobre a valorização do negro na sociedade e repercutiu muito. Espero com essas aulas, que meus alunos cresçam, tanto profissionalmente como socialmente e no pessoal, que eles quebrem o medo”, disse.
A vice-diretora da escola nos turnos matutino e vespertino, Lesliane Costa, destaca que a escola é lugar de recuperar, de reconstruir e de construir sonhos. Ela ressalta que Filipe levou para a escola o sonho dele e compartilhou com todos.
“As pessoas trabalham com várias competências dentro do teatro, são componentes curriculares onde se fala em competência de trabalhar com mais de uma fonte de formação, de analisar de ter que fazer associações, então o teatro abre horizontes”, afirmou.
Além disso, a diretora analisa o teatro como uma possibilidade de sonhar para aqueles alunos que estão enfrentando momentos difíceis na vida, muitas vezes sem nem mesmo ter esperança no futuro.
“A gente está no setembro amarelo e é grande o índice de adolescentes com problemas emocionais. A nossa escola tem casos de alunos com auto-mutilação, com ideia de suicídio e o teatro está abrindo os horizontes para esses meninos. Alguns dele já conseguiram mudar essa perspectiva”, destacou.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade