Laiane Cruz
Desde criança, o estudante de escola pública Pedro Henrique Santana de Almeida, hoje com 18 anos, sonhava em um dia conhecer mais sobre o corpo humano e ajudar pessoas através da sua profissão. Ao longo da sua história, chegou a ter dúvidas do que realmente queria quando crescesse e sentiu medo, pois não sabia se aquele desejo de infância de fato iria se concretizar um dia.
Pedro estudou no Colégio Estadual Tecla Melo, no bairro SIM. E foi no Ensino Médio que o morador do bairro Lagoa Salgada, em Feira de Santana, conseguiu ter certeza que a Medicina seria sua missão de vida.
Mas, como um jovem negro, morando em bairro periférico, de baixa renda, iria conseguir vencer a concorrência para um curso tão disputado por estudantes com tempo e condições de estudo até maiores que a dele? A resposta veio.
Foto: Arquivo Pessoal
“Foram mais ou menos dois anos me preparando. Em 2020, eu me preparei para o Enem [Exame Nacional do Ensino Médio], só que não consegui passar. E em 2021, estudei muito, me preparei e consegui passar. Minha rotina era extensa, de 7 a 8 horas por dia. De manhã eu estudava umas 4 horas, assistindo aulas, lendo módulos, e de tarde fazia atividades, muitos exercícios, questões do Enem, revisava. À noite, eu tirava um tempinho também para revisar”, relatou Pedro, em entrevista ao Acorda Cidade.
Todo esse esforço e renúncias foram recompensados com a nota do Enem e o terceiro lugar no curso de Medicina da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs). Hoje mais tranquilo com o resultado das horas investidas, o jovem olha para trás e vê que tudo valeu à pena, mesmo tendo enfrentado longos desafios em sua caminhada, como a ansiedade.
“Meus maiores desafios nesse processo preparatório para o Enem eram a rotina de estudo, que era muito puxada, muitas matérias, com muitos assuntos para estudar, e também a questão da ansiedade, que a gente sabe que muitos jovens hoje precisam lidar com esse problema, das expectativas e o medo de não alcançá-las”, revelou.
E a ansiedade continua, agora para o início do semestre letivo. No entanto, o mais novo estudante de Medicina da Uefs vai ter que segurar a emoção e aguardar.
"Estou muito ansioso para estudar, saber como vão ser aulas, saber mais sobre o corpo humano. Porém, minhas aulas só vão começar no segundo semestre, então vou ter um tempo aí para descansar”, brincou.
Com informações da jornalista Maylla Nunes do Acorda Cidade
Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia