A escola municipal Regina Vital no bairro Campo Limpo, em Feira de Santana, promoveu na manhã desta terça-feira (8), uma palestra sobre inclusão escolar. Segundo a diretora da unidade, Indaiara Carvalho, o objetivo é promover o diálogo com os pais a respeito dos direitos e deveres de crianças atípicas. A escola, que tem educação infantil dos grupos 4 e 5, possui 57 crianças atípicas diagnosticadas como TEA, Síndrome de Down, DI, paralisia cerebral e com transtornos como TDH, TDAH e TOD.

A diretora destacou ao Acorda Cidade que a escola sempre promove o diálogo com a comunidade e que tem um regimento escolar que fomenta esse trabalho colaborativo.

“Estou aqui com as famílias e equipe da escola com o objetivo do diálogo, de promover a interação, compreendendo nossos papéis enquanto cidadãos e família, para entender os direitos e deveres, trazendo esse olhar compreensivo. A escola tem profissionais diversos e a gente promove o acesso, a permanência e interlocução, através das atividades adaptadas, do olhar atento aos relatórios pedagógicos, promovendo o fortalecimento do estudante, pensando no papel social dele na sociedade”, afirmou.
A psicopedagoga Ramayane Souza foi a palestrante do evento. Ela também é mãe de uma criança autista e falou sobre a importância de trabalhar a inclusão escolar, em parceria com as famílias.

“É importante essa parceria no sentido de buscar avaliação médica, terapias e diagnóstico e a partir daí, em conjunto com a escola, fazer a promoção dessa inclusão, levando em consideração as particularidades de cada criança. A gente precisa construir um planejamento de ensino, de acolhimento dessas crianças. A escola é uma parte fundamental neste processo de desenvolvimento. Eles podem aprender, cada um da sua maneira específica, e a escola tem esse papel”, afirmou.
De acordo com a palestrante, seria ideal que nos espaços escolares tivessem disponíveis profissionais como psicólogos especializados na área escolar e os psicopedagogos institucionais, que são os profissionais responsáveis por trazer as adaptações para o espaço da escola.

Também mãe atípica, Ramayane considera que é extremamente desafiador esse papel, mas diz que é totalmente possível. “Hoje a sociedade cobra que a gente tenha uma vida funcional, que a gente trabalhe, que a gente produza, e ter um filho atípico demanda tempo, dedicação, amor e paciência. É desafiador, mas é possível”.
Karla Oliveira, mãe de uma criança atípica, lembrou que o mês de abril é um mês de conscientização do autismo e destacou a importância da inclusão, unindo o tripé família, escola e terapias.

“É importante essa discussão e essa palestra mostra o quanto a escola pode ser inclusiva para as crianças autistas. Estou feliz em participar, tivemos um bom número de mães presentes aqui e a gente precisa ter esse olhar para as crianças atípicas. Ainda faltam mediadores em algumas escolas, minha filha está sem ir para escola por conta disso e tem sido dias difíceis. A gente entende que a professora tem várias crianças na sala e por isso a gente precisa de uma pessoa para ter o acompanhamento específico com aquela criança atípica”.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp e Telegram