Volta às Aulas

Escola João Paulo I adota ênfase em psicopedagogia para recompor atrasos causados pela pandemia

Ainda hoje, os impactos do isolamento social ocasionado pela covid-19 são sentidos pelas crianças e adolescentes no âmbito da aprendizagem

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Foto: Divulgação/EJPl

Em maio de 2023 a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que a covid-19 já não era mais uma emergência de saúde pública, contudo, mesmo após quase um ano, os impactos do isolamento social e de perdas em diversos âmbitos da sociedade ainda se fazem presentes, principalmente no atraso educacional das crianças e adolescentes.

Neste mês inicia o ano letivo de 2024 e com ele os desafios dos impactos vividos nos três anos de pandemia. As diretoras pedagógicas da Escola João Paulo l (EJPl), Judinara Braz e Cássia Braz conversam com o Acorda Cidade sobre o assunto.

“O pós-pandemia ainda é um estado com suas consequências, então um dos maiores desafios para uma escola ainda está em um bom planejamento em acompanhar o desempenho de um aluno. Então, não passou, o que passou foi a crise, covid, tirar a máscara. Mas, em uma escola, o pai precisa estar atento a isso. O que ficou e o que ainda precisa ser cuidado. Primeiro o desempenho em todas as áreas que envolvem esse estudante, emocional, cognitivo e social”, ressaltou Judinara Braz. 

Judinara Braz
Judinara Braz | Foto: Iasmim Santos/Acorda Cidade

Para este ano, a Escola João Paulo l vai continuar trazendo ações, a exemplo do reforço psicológico para os profissionais e estudantes e vai reforçar a presença dos alunos no âmbito escolar com mais atividades pedagógicas.  

Em seu terceiro ano de Tempo Integral para as crianças do turno matutino, a EJPl oferece o período diurno completo com a intenção de sanar as ausências do pós-pandemia. A aprendizagem, reforço e promoção do cuidado serão prioridades para os alunos. 

Além disso, neste ano, todos os estudantes da escola, do grupo 5 ao 9º ano, terão um dia inteiro de imersão na escrita e na leitura, com o ‘Contraturno’, que vai aprimorar o que já foi aprendido até o momento. 

Com o tema ‘O mundo é a nossa escola’, a Escola João Paulo l pretende, neste ano de 2024, alertar para o espelho que o cotidiano pode refletir sobre o universo educacional, seja positivamente ou não. E para isso, segundo Judinara Braz e Cássia Braz, todos os profissionais envolvidos estão prontos para trabalhar pela educação, saúde e bem-estar dos estudantes e também dos pais, que devem participar do ambiente escolar de seus filhos. 

Habilidade Emocional 

Desenvolver habilidades é fundamental no acompanhamento pedagógico. Para isso, a escola disponibiliza canais de escuta, de acolhimento e grupos que põem em prática planejamentos que auxiliam as emoções e os sentimentos dos estudantes. 

Antes de matricular os filhos, os pais e responsáveis devem estabelecer critérios pedagógicos para escolher a escola. Se for longe ou perto de casa, o mais importante é pensar na aprendizagem e no crescimento das crianças, reforçaram as diretoras.

Impactos e soluções na aprendizagem no pós-pandemia 

Tanto na rede pública quanto na privada, Judinara acredita que o ritmo de aprendizagem foi interrompido de forma drástica e para se recuperar o compasso ainda vai levar um tempo e uma preparação bem planejada de acolhimento. 

Para os alunos que foram alfabetizados na pandemia e até mesmo os migraram para o ensino fundamental, os impactos foram maiores, pois são períodos e séries que dão base para outros aprendizados em sala de aula. 

Cássia Braz
Cássia Braz | Foto: Iasmim Santos/Acorda Cidade

“Isso implica na área da matemática, da linguagem. Essa recomposição curricular, percebendo o que não foi alcançado, imaginando a escola como um grande edifício, e que eu não posso chegar no quarto andar, sem passar pelo terceiro. Então, é o mesmo da escola. Essa recomposição vem, mas ela se torna mais eficaz quando há processos na área socioemocional, da saúde mental”, pontuou a diretora pedagógica Cássia Braz. 

Neste sentido, participar do convívio escolar é fundamental para cuidar não somente do aluno, mas de toda a rede educacional que vai recompor esse estudante na aprendizagem e isto não se dará apenas com aulas curriculares, mas com atividades e trocas reais de convivência que estão disponíveis no EJPl.

Judinara Braz falou ao Acorda Cidade sobre a importância e a necessidade do apoio psicológico dentro das escolas para todo o corpo escolar, colaboradores, estudantes, professores e diretoras. Ela informou que a escola conta diariamente com sete psicólogas que dão todo o suporte psicoemocional. 

“Hoje, no ensino fundamental, nós temos sete psicólogas atuando na escola e outro desafio é manter uma equipe dessa. Nós não temos profissionais que vão um dia na semana, temos psicólogos que trabalham conosco diariamente”, pontuou Judinara. 

De acordo com Cássia Braz, a cada 500 alunos, a escola é responsável por fornecer uma enfermeira no ambiente. A Escola João Paulo l foi além e depois da pandemia enxergou a necessidade de implementar a enfermaria e os psicólogos. Segundo ela, a ansiedade é um dos males que levam em torno de 16 crianças ao atendimento logo nas segundas-feiras. 

Sobre assuntos relacionados ao contexto onde estão inseridos os alunos, Judinara pontuou a diferença do atendimento pedagógico com os adolescentes e o ensino infantil. Segundo ela, muitos problemas da adolescência são referentes a sexo precoce, drogas, cigarro eletrônico e morte. Já as crianças podem sofrer por abandono, por dificuldade de aprendizagem, entre outras questões. 

Além da importância dos pais estarem atentos, a escola também deve trabalhar para prevenir esses males.

“Nós somos o que a gente afeta, o mundo e o que o mundo nos afeta e a escola e a família estão completamente imersas nesse mundo. Se a escola, a família e o estado fecharem os olhos, não estamos fazendo de conta que nada existe”, alertou Judinara. 

A Escola João Paulo l já iniciou as aulas gradativamente. Para conhecer mais a JPI, basta entrar em contato com a equipe pelo contato 75 32211-2986 para verificar as vagas disponíveis, agendar uma visita ou saber mais informações.

Ouça a entrevista na íntegra:

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