Acorda Cidade
O Enem não tem uma lista de livros obrigatórios, o que leva muitos estudantes a imaginar que não precisam ler nada para fazer uma boa prova. No entanto, de acordo com especialistas, a realidade é diferente: “embora a prova do Enem não cobre livros específicos, há períodos e autores que aparecem com mais frequência”, afirma Cícero Gomes, da Evolucional, startup de educação baseada em evidências que realiza simulados modelo Enem.
A prova do Enem tem uma clara tendência à cobrança de autores e obras da Literatura Contemporânea e do Modernismo. “Considerando não só a aplicação principal, mas também a segunda aplicação, a prova PPL (para Pessoas Privadas de Liberdade), os exames cancelados e as provas em Libras, entre 2014 e 2018, o Enem cobrou 63 itens de literatura contemporânea e 54 de Modernismo”, diz Cícero. “Todas as outras escolas literárias cobradas (Realismo, Naturalismo, Parnasianismo, Romantismo, Pré-modernismo, Barroco, Arcadismo, Classicismo, Simbolismo e Trovadorismo) somam apenas 27 itens nesses cinco anos”, completa o especialista.
E dentro das escolas literárias, existem autores preferidos pela banca elaboradora do Enem? Ainda de acordo com análises feitas pela Evolucional, a resposta varia de acordo com o período. “Na Literatura Contemporânea, há uma variedade muito grande. Apenas alguns autores, como Chico Buarque e Luis Fernando Veríssimo, aparecem mais de uma vez nos últimos cinco anos.”, explica Cícero.
Quando se considera o Modernismo, há um grupo considerável de autores que aparecem com maior frequência. O professor Cícero Gomes traz os números: “Guimarães Rosa, Graciliano Ramos, Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Mário de Andrade e Manuel Bandeira aparecem em 27 dos 54 itens dessa escola cobrados entre 2014 e 2018”. Portanto, o estudante que conhecer a obra desses autores tem uma alta probabilidade de se sair melhor na prova.
Seria errado concluir, no entanto, que conhecer profundamente os livros e autores citados é garantia de bons resultados. A prova do Enem é conhecida por valorizar a leitura, muito mais do que exigir a memorização de livros e escolas específicas. “Não se desespere se não conhecer algum autor ou obra citados no exame”, aconselha o especialista da Evolucional. “Leia o texto-base e, principalmente, o enunciado do item com atenção. Quase todas as questões de Linguagens do Enem podem ser resolvidas com uma interpretação cuidadosa”.