Andrea Trindade
Os professores da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) decidiram manter a greve, durante assembleia realizada na tarde desta segunda-feira (6) para tratar os rumos do movimento, que dura quase um mês. A categoria elaborou uma nova proposta e vai apresentá-la ao governo do Estado em busca de um acordo. O coordenador da Associação dos Docentes da Uefs (Adufs), Jucelino Dantas, informou que o governo do estado precisa dialogar com a categoria e atender as reinvindicações.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
“Nossas principais reivindicação são a reposição da inflação, que o governo do estado não repõe no salário dos docentes há quatro anos, e o orçamento das universidades, que tem sido contingenciado com muita frequência. O valor orçado geralmente não chega nem a 70% do executado. O governo do estado critica a ação do governo federal que contingencia cerca de 30% dos recursos das universidades federais, mas ele aqui na Bahia já vem fazendo isso aqui há muito tempo conosco. Além disso, temos os direitos trabalhistas que foram conquistados com muito sacrifício pelo movimento docente. O Estatuto do Magistério do Ensino Superior tem sido alterado frequentemente pelo governo e estamos lutando pela revogação do PL que revogou pelo menos o artigo 22 . Precisamos que o governo volte atrás nas decisões tomadas e que efetivamente possa negociar a pauta de reinvindicação do movimento docente”, informou.
Jucelino disse também que as rodadas de negociações com o governo terminaram sem avanço porque o que foi oferecido não atende as reivindicações dos professores.
“Há quatro anos o movimento vem protocolando mais de seis ofícios, solicitando audiências para discutir o reais problemas das universidades estaduais. Por quatro anos estamos sendo ignorados pelo governador Rui Costa. Agora foi que eles abriram a possibilidade de negociação e sentamos duas vezes com o secretario da Educação, Gerônimo Rodrigues, mas infelizmente nestas duas vezes não houve progresso. O que foi oferecido pelo governo do estado são coisas pequenas que não atendem as nossas reinvenções. Por exemplo, foi oferecido um remanejamento nas promoções e progressões para atender parcialmente ao pleito das quatros universidades. Quando se alcança uma nova formação de mestrado ou doutorado é necessário ter um incentivo por isso e isso não estava acontecendo. O governo sinaliza agora com uma parte destas promoções por mérito. Não é o valor integral, pelo menos para algumas das universidades estaduais. Além disso, ele disse que não quer mexer na questão salarial e não quer mexer também no Estatuto do Magistério, mas para nos é condição sine qua non que tenhamos a reposição da inflação dos quatro anos que passaram e também os direitos trabalhistas que foram retirados”, afirmou.
Sobre o corte dos salários ele disse que foi uma atitude autoritária.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade