Nesta sexta-feira, 8 de setembro, é celebrado o Dia Mundial da Alfabetização, uma data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), além da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), no ano de 1967, com o propósito de fomentar a alfabetização em vários países.
Já no ano de 1996, a Educação de Jovens e Adultos (EJA), foi instituída legalmente no Brasil como modalidade de ensino, Fundamental e Médio, através da aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, destinada àqueles que não estudaram na idade escolar própria.
A reportagem do Acorda Cidade conversou com alguns professores que fazem parte destes programas de governos, como mais uma forma do cidadão ser inserido na sociedade, sabendo ler e escrever.
Segundo a professora Maria Auxiliadora, hoje o governo do estado também está com o Programa Paulo Freire.
“O estado é responsável pelo ensino médio e também pelo fundamental, mas principalmente pela educação de jovens e adultos, então quando o adulto retorna, ele precisa ser alfabetizado, melhorar este nível de letramento, mas também o governo hoje está com o Programa Paulo Freire, ligada à coordenação de jovens e adultos. Então o professor responsável, organiza a turma e tem início o processo de alfabetização, e é o NTE daqui de Feira de Santana que também tem estas responsabilidades, lembrando que as aulas podem acontecer em escolas, igrejas, em qualquer espaço, desde que se tenha um professor responsável”, afirmou.
Ela disse que na Escola Estadual General Osório, por exemplo, há pessoas que estavam há 30, 40 anos sem entrar em uma sala de aula.
“E além do adulto, ainda temos os estudantes com deficiência, aqueles que possuem deficiência visual, utilizamos o Braille, aqueles que não possuem audição, temos a língua de sinais, tudo isso que oferecemos dentro da sala de aula”, pontuou.
Evellin Oliveira é professora do Programa Educação para Jovens e Adultos. Ao Acorda Cidade, ela enfatizou a importância do acompanhamento que se deve ter com todos os alunos, principalmente na evolução de cada um.
“Fazer parte deste processo de alfabetização de jovens e adultos, principalmente quando a gente está no Tempo de Aprender, que é uma submodalidade do EJA, é muito gratificante, é muito importante acompanhar este processo dos alunos. Nós tivemos um estudante aqui por exemplo, eu acompanhei o processo dele, e antes ele não escrevia nada, não fazia nenhum tipo de leitura, o processo da escrita dele, era letra por letra. Aos poucos ele foi tomando conta da escrita de uma forma que ele chegou a escrever uma carta, já não era mais aquele processo do início, letra por letra. Essa mudança faz ele se sentir mais inserido na sociedade, a partir do momento que ele reconhece o bairro onde ele mora, sabe como escrever o próprio nome, ele já se sente importante, até pegar um ônibus que tem ali mostrando Feira VII, ele sabe que ali não é apenas um ‘V’, dois ‘Is’, ele passa a tomar posse do mundo”, contou.
Juliana Costa faz parte da Campanha: Sim, eu posso! Sim, eu posso alfabetizar a Bahia. Ao Acorda Cidade, ela contou da importância e necessidade da leitura presente na vida das pessoas.
“A leitura sempre foi importante, mas nos dias atuais, ela é de fundamental importância para quem não é alfabetizada, para aquela pessoa que não sabe ler, não sabe escrever, então esta pessoa de certa forma, não está inserida completamente na sociedade, ela está excluída. Esta pessoa pode até conviver com outras pessoas, mas em algum momento, ela se sente perdida, precisa de um auxílio para pegar um ônibus, fazer a leitura de uma receita de farmácia, até os preços de um produto quando esta pessoa for no mercado, ela não consegue identificar sozinha”, afirmou.
De acordo com Juliana, 46 turmas foram formadas em Feira de Santana, e cada grupo contém cerca de 10, até 20 estudantes por sala.
Wuilma de Jesus Pinto é estudante do General Osório. Ela contou ao Acorda Cidade que está finalizando o Ensino Fundamental II e deseja iniciar os estudos do Ensino Médio.
“Esta foi uma grande oportunidade que o Colégio me abraçou, assim como eu também quero abraçar. Eu digo que nunca é tarde para aprender, e ter voltado para a escola foi como ver meu sonho mais perto de ser realizado. Eu já estava com quase 20 anos fora da sala de aula, mas graças a Deus, surgiu esta oportunidade e quero ter meu diploma e mostrar para todo mundo que eu consegui. Digo a todos os jovens, venham, não percam esta oportunidade, infelizmente eu vejo tantos jovens no caminho errado, mas eu, uma pessoa da terceira idade, estou aqui abraçando esta oportunidade”, concluiu.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp e Telegram