Daniela Cardoso e Ney Silva
Estudantes da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) realizaram um protesto, na manhã desta quarta-feira (22), contra as dificuldades que vem enfrentando as universidades baianas. Por volta das 9h um grupo de cerca de 80 estudantes portando faixas e um caixão interditou a BR-116 Norte, sentido Feira-Serrinha.
O protesto gerou um enorme engarrafamento entre o antigo posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o complexo de viadutos do bairro Cidade Nova. Policiais rodoviários federais foram ao local e tentaram impedir a manifestação. Alguns estudantes reclamaram que houve excesso de alguns policiais. Os estudantes queimaram pneus na pista e o protesto foi encerrado por volta das 10h.
A estudante Paula Janaina dos Santos, do comando de mobilização dos estudantes, diz que protestos como esse também estão ocorrendo em outras universidades da Bahia. Ela destacou que os cortes dos governos federal e estadual representa a morte da educação e por isso os estudantes levaram um caixão simbólico para a manifestação.
“Temos algumas pautas que são dos estudantes e estamos construindo junto com o movimento dos professores que está em greve. A pauta que nos une é a luta pelo fim do contingenciamento. Entre 2017 e 2018 o governador Rui Costa tirou 110 milhões de reais do orçamento da universidade e estamos construindo essa luta em unidade. Nossa intenção é chamar a atenção para que o governo sente e negocie com os estudantes também já que temos uma pauta que já foi protocolada”, afirmou.
O protesto dos estudantes teve o apoio de alguns professores. Francisco Souto é um deles e explica porque apoiou a manifestação. “Isso é uma deliberação do movimento dos estudantes e nós, como professores, apoiamos esse movimento, pois isso atinge todas as universidades. Todos nós somos atingidos e não temos como ficar fora. Por mais que neguem isso, contingenciamento é corte de orçamento e o presidente e o governador vêm fazendo isso. Há anos que Rui Costa vem fazendo isso e Bolsonaro fez de vez. A gente quer acabar a greve, mas pra isso o governo precisa receber a gente e trazer propostas definitivas”, disse.
Fotos: Ney Silva/Acorda Cidade