Rachel Pinto
O corte de 30% dos recursos de orçamentos de universidades e institutos federais, encaminhados pelo Ministério da Educação (MEC), anunciados no dia 29 de março pelo governo federal poderá impactar seriamente as atividades da unidade do IFBA de Feira de Santana.
O diretor da instituição Raigenes Fiuza explicou que o IFBA está avaliando o corte encaminhado pelo MEC e segundo ele, a princípio era um corte de 30%, mas no sistema foi bloqueado um recurso de 38%. Ele frisou que isso tem um impacto muito forte sobre as contas dos institutos e é praticamente impossível funcionar com esse corte de recursos que passará a vigorar no mês de maio.
“Nesse ano de 2019 o IFBA está com previsão de receber 1.655.000 reais para todas as despesas de manutenção da escola, incluindo os contratos de terceirização que são quatro contratos relativamente caros. O instituto vai sofrer um corte de 629 mil reais deixando o orçamento em apenas 1 milhão e 26 mil. Isso é uma queda muito substancial e impactará o funcionamento da instituição”, afirmou.
Raigenes relatou que os cortes na educação têm sido sistemáticos e desde o ano de 2014 até 2018 o orçamento está congelado. Apesar da inflação ter aumentado, o IFBA aqui em Feira de Santana tem aumentado bastante o número de alunos, o número de servidores e o número de ações voltadas a educação. Ele informou que em virtude do orçamento ter sido congelado na ordem de 1.800.000 reais, o IFBA em Feira trabalha com uma administração bastate equilibrada.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
“Contudo, o corte aplicado agora não é mais possível usar a mesma formula que foi utilizada nos anos anteriores. Por isso o IFBA não condição de aplicar corte como o governo colocou. Nós vamos apresentar uma proposta de resistência a esse movimento de corte, vamos fazer uma representação ao Ministério Público Federal porque isso impacta diretamente a educação , ofertada por esse instituto para a comunidade de Feira e região”, declarou.
Raigenes frisou ainda que o instituto vai realizar uma ação junto com a reitoria, um movimento de acionar os parlamentares em Brasília, principalmente os que representam a região de Feira de Santana para levar a voz em Brasília contra esse corte de recursos.
“Não há margem mais para reduzir em água, papel e energia. Um corte de 600 mil é inaplicável. Mas, a princípio vamos resistir e nem tentar aplicar esse corte esperando que o governo recue da decisão de cortar os recursos da instituição.
Nesse momento não foram afetados os serviços ainda porque nós decidimos não aplicar os cortes e vamos demonstrar ao governo, parlamentares e MEC que é uma ação desastrosa que essa ação prejudica a educação pública federal e isso vai interferir na vida das pessoas dessa geração e das outras que virão, vamos tentar lutar para preservar a instituição. Não há mais como fazer cortes”, salientou.
O diretor relatou também que o IFBA já apresentou a realidade da instituição para os alunos e vai passar a situação para os pais. Na opinião dele, se o corte não for revertido afetará duramente os estudantes.
Janille Aime que é estudante do campus do IFBA em Feira de Santana e faz parte da Federação Nacional dos estudantes do ensino técnico disse que entende o corte como um desmonte da educação pública. Ela pontuou que os estudantes temem que o IFBA em Feira de Santana acabe.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
“Os poderosos querem que o pobre não tenha acesso a educação porque a educação e o conhecimento eles libertam. A gente tendo educação, acesso ao conhecimento pode fazer qualquer coisa. Pode se unir, se mobilizar e eles querem criar só gente que não pense , que não tenha consciência porque uma pessoa que não tem consciência , não vai ter conhecimento dos seus direitos, não vai lutar pelos seus direitos e só conhece as suas algemas quem se movimenta. A gente precisa se movimentar agora para lutar em favor dos nossos direitos. Pois estão querendo tirar o pouco que a gente tem. Todos nós sabemos a importância que um instituto federal tem”, finalizou.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade