Feira de Santana

Colégio Asas investe em transmissão simultânea e protocolos sanitários para aulas semipresenciais

De acordo com a supervisora pedagógica, instituição Asas vem desde o ano passado preparando o espaço físico com todos os protocolos, que foram divulgados para as famílias nas redes sociais.

Acorda Cidade

A liberação das aulas semipresenciais por parte da prefeitura de Feira de Santana tem mobilizado as famílias, os estudantes e a comunidade em geral, acerca da responsabilidade das instituições de ensino em assegurarem um retorno pautado na adoção de todos os protocolos sanitários contra a covid-19, e focado não apenas nos conteúdos programáticos, mas também no acolhimento socioemocional de todos os envolvidos nesse processo.

Em entrevista ao Acorda Cidade, na manhã desta quarta-feira (14), a equipe pedagógica da Escola Asas de Papel e do Colégio Asas, trouxe alguns esclarecimentos e destacou que desde o ano passado, a instituição de ensino vem se preparando para esse retorno às salas de aula.

De acordo com a supervisora pedagógica da instituição, Yris Reis, são várias as expectativas dos pais e muitas vertentes têm que ser levadas em consideração, uma vez que a responsabilidade da instituição escolar é muito grande.

Foto: Maylla Nunes/Acorda Cidade

“Será em vão qualquer protocolo se a equipe não tiver experiência, competência, a capacidade técnica e emocional de lidar com situações que viveremos com o retorno. Situações em especial dos alunos, que estão afastados por aproximadamente um ano e meio, cada um com sua forma de interagir e vivenciar a situação. O aluno enquanto pessoa humana está fragilizado emocionalmente pelo distanciamento social, em uma fase em que sendo criança ou adolescente é necessária essa interação, e também com possíveis lacunas pedagógicas, e a falta de segurança com os conteúdos escolares também traz um dano emocional”, ponderou a pedagoga.

Ela afirmou que toda a equipe pedagógica do Asas já está há bastante tempo analisando, estudando e se empenhando para esse possível retorno, e algo que vai viabilizar e ajudar bastante nessa implementação com os alunos, será a transmissão simultânea dos conteúdos para aqueles estudantes que acompanharão as aulas em casa.

“Imagine a situação do educador em ter que se dividir entre os alunos que não retornarão, porque esse é um direito da família e é um dever da escola proporcionar um acompanhamento pedagógico para aqueles que optarem por estar em casa, e ao mesmo tempo ter que se dividir com aqueles que estarão em sala de aula e necessitarão também de toda atenção. Então essa tecnologia de transmissão simultânea possibilita que essa interação aconteça durante todo o tempo, da rotina de aula na sala”, explicou.

Desafios socioemocionais

Yris Reis pontuou ainda sobre as necessidades específicas de cada família durante essa retomada. Ela informou que a instituição Asas buscou desenvolver estratégias de acolhimento das famílias, porém com um olhar individualizado para cada situação.

“Daí vem toda a referência de uma equipe experiente e focada nessas particularidades. Existem três situações específicas, nas quais nós nos estruturamos. A primeira é sobre a preparação e o treinamento dos professores. Não só quanto à parte tecnológica, mas existe também um treinamento quanto aos procedimentos a que os professores vem sendo formados, em encontros à noite, e toda essa preparação é para acolher o aluno. Nós hoje vivenciamos um currículo contínuo, onde saímos de um currículo remoto emergencial em 2020 e adentramos no contínuo. Paralelo a isso, existe um treinamento da parte técnica, que os professores do colégio Asas já convivem com os aparelhos, a tecnologia de transmissão simultânea, há aproximadamente 60 dias. Mesmo assim, sabemos que com o retorno na segunda-feira, exigirá um treinamento mais específico, e isso irá acontecer essa semana. Técnicos da escola já estão à disposição para fazer esse treinamento de forma mais direta, mas vale ressaltar que os professores já lidam com isso. O professor é o ponto fundamental pra que todo esse processo possa acontecer da melhor forma. Também dentro da instituição Asas existe um setor de acolhimento das famílias, que são os setores do financeiro e a secretaria, que estão preparados para receber as diversas necessidades que vão chegar, como pais que cancelaram a matrícula e depois retornaram”, destacou.

Para supervisora pedagógica, são muitas as situações em que as famílias ficaram inseguras, por causa de toda a situação pandêmica, e com dúvidas se valeria a pena ou não continuar com o ensino remoto. No entanto, Yris Reis ressaltou que já está comprovado que valeu a pena, pois o ensino remoto foi a única possibilidade.

"Antes estar em um ensino remoto do que o distanciamento total de todos os estímulos e recursos que essa criança precisa pra se desenvolver. Um ano sem estímulo cognitivo interfere pra sempre na vida desse aluno, enquanto pessoa, enquanto cérebro, que precisa ser estimulado. Mas o ensino remoto, por melhor que ele seja, gera sim um déficit, uma lacuna cognitiva e nesse retorno à escola, enquanto instituição experiente, o Asas já preparou ações de acolhimento emergencial, para tentar minimizar e recuperar essas lacunas, que pela ordem cronológica do desenvolvimento do cérebro de uma criança, levam em média dois anos para recuperar um ano com possíveis lacunas. Daí toda a importância do professor nesse processo, toda importância da equipe pedagógica em não saber somente o conteúdo que vai trabalhar, mas também como trabalhar”, disse.

Também em entrevista ao Acorda Cidade, a supervisora pedagógica e professora Rosane Lopes concordou que essa é uma pauta que vem mexendo com a sociedade em geral. Por outro lado, a escola Asas de Papel e o Colégio Asas se preparam desde o início do ano, diante da possibilidade de retorno das aulas a qualquer momento de forma presencial.

Foto: Maylla Nunes/Acorda Cidade

“Será um momento muito esperado e há os desafios que vamos viver nesse retorno. Entendemos que muitas famílias têm suas especificidades, que ainda temem por esse retorno. A instituição Asas preparou esse retorno para atingir, atender tanto os alunos que vão voltar de forma presencial, como aqueles que estarão em casa. Então é uma demanda nossa, um compromisso de estar fazendo da melhor forma, para aqueles que ainda não se sentem seguros para esse retorno. Através da transmissão simultânea e das vivências que os alunos terão presencialmente, vamos ter um termômetro, para atingir de forma mais satisfatória a esses que estarão em casa”, analisou.

Ela assegurou também que a instituição Asas vem desde o ano passado preparando o espaço físico com todos os protocolos, que foram divulgados para as famílias nas redes sociais.

“Então a comunidade já tem conhecimento desses protocolos. Além dos sanitários, nós preparamos protocolos socioemocionais e pedagógicos e todas as ações vêm sendo pautadas nas orientações dos Conselhos Nacional e Estadual de Educação, que trazem como prioridade esse olhar sistêmico. Os três protocolos já estão prontos, foram divulgados. As famílias estão cientes que adentrando a instituição Asas, a partir de segunda-feira, os estudantes estarão protegidos, com todas as possibilidades de cuidado”, concluiu. 

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