Estudos

Cientistas indicam três técnicas para melhorar nos estudos

'Aprendendo a aprender' ensina como aproveitar a forma com que o cérebro registra informações

Acorda Cidade

As aulas voltaram e alguns exames, como concursos e a OAB, já possuem datas marcadas. Pensar nisso pode parecer chato e pouco interessante, já que algumas matérias podem ser difíceis. No entanto, no último mês, um livro que busca fazer o leitor conhecer a forma como o cérebro retém informações foi lançado no Brasil.

Trata-se de “Aprendendo a Aprender para Crianças e Adolescentes – Como se Dar Bem na Escola”, escrito pelos cientistas Barbara Oakley, Terrence Sejnowski e Alistair McConville. Oakley, inclusive, possui um curso digital com o mesmo nome, que teve mais de 1,7 milhão de pessoas inscritas na plataforma “Coursera”, em 2018. O conteúdo era gratuito e a pesquisadora buscava ensinar aos alunos como absorver as matérias, com base em evidências científicas.

Para ela, ser um mau aluno em determinado assunto não quer dizer que não exista possibilidade de aprendizado. Técnicas como “ser uma boa aprendiz” e “mudar seu cérebro” são as citadas por ela sobre a dedicação a disciplinas em que o aluno não possui tanta habilidade.

Veja abaixo três técnicas para melhorar o rendimento nos estudos:

Descansar o cérebro

De acordo com Oakley, o cérebro humano funciona de dois modos: o focado, quando se está prestando atenção em algo, e o difuso, quando está em repouso e relaxado. Desta forma, para aprender um conteúdo, é preciso alternar entre esses dois modos. Isso porque o órgão consegue assimilar melhor informações e encontrar caminhos alternativos quando está descansado.

Boas noites de sono e descanso quando há demora para conseguir solucionar um problema matemático, por exemplo, são fundamentais. A pesquisadora sugere que uma pausa de cinco a dez minutos, antes de voltar a tentar encontrar a resolução, seja o ideal.

Ainda assim, se o problema persistir, a matéria em foco no momento pode ser alterada, e, se a dificuldade continuar, essa disciplina deve ser iniciada primeiro nos estudos. "Assim, consegue alternar com outras tarefas ao longo do dia. Não deixe o mais difícil para o fim, pois você já estará cansado e sem tempo para a aprendizagem difusa”, explica Oakley.

Sem procrastinação

O cérebro precisa de tempo para assimilar os conteúdos. Por isso, é um erro estudar para uma prova como o concurso do INSS apenas alguns dias antes. Os especialistas sugerem uma estratégia para evitar a procrastinação que envolve uma recompensa a cada período de estudo.

Ela consiste em focar exclusivamente nos estudos por um tempo, e, quando o despertador tocar, a recompensa envolve cinco ou dez minutos de descanso. O ciclo pode ser refeito várias vezes ao dia. Ou seja, para cada 25 minutos estudos, há dez minutos de intervalo.

Também é importante fazer revisões nos conteúdos estudados. "Tempo e treino trabalham juntos para ajudá-lo a consolidar as ideias no seu cérebro. Se o tempo é curto, você não consegue criar novas estruturas no cérebro e ainda perde energia preocupando-se com isso", agrega Oakley.

Atenção à leitura

É comum ler algo, ouvir as explicações ou grifar partes de um artigo e, depois de algumas horas, não lembrar mais do conteúdo. Isso acontece porque a matéria pode não ter sido assimilada, não foi praticada ou o cérebro não estava totalmente focado naquele momento.

Para isso, a pesquisadora elaborou a técnica de “recordar ativamente”. Ela consiste basicamente em anotar as ideias centrais do texto e, ainda lendo, tirar os olhos do papel e tentar lembrar dos tópicos mais importantes para a construção do discurso apresentado. "Pesquisas mostram que recordar ativamente durante estudos garante resultados melhores na prova", diz o livro. 

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