Daniela Cardoso
Uma audiência pública foi realizada nesta sexta-feira (7) para discutir os cortes no orçamento e impactos na consolidação dos campus da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB) e do (Instituto Federal da Bahia (IFBA) em Feira de Santana. A audiência foi realizada atendendo ao ofício da Comissão de Educação e Cultura.
A vereadora Eremita Mota, que é presidente da Comissão de Educação afirmou que esse é um debate pertinente e informou que uma mobilização está sendo realizada para o próximo dia 14 para chamar mais atenção para esse contingenciamento de recursos.
“A gente ouviu um discurso do vereador Roberto Tourinho muito pertinente, onde ele falou da discrepância entre tratar presidiários e estudantes. O objetivo dessa discussão é chamar atenção, pois aqui é uma casa da cidadania e temos que entender que as pessoas estão se mobilizando”, afirmou.
O reitor da UFRB, Silvio Luiz de Oliveira, destacou que a audiência é importante e lembrou que há um entendimento da sociedade brasileira em torno dessa questão.
“Vimos nacionalmente as manifestações de rua e acho que essa audiência demonstra a preocupação da sociedade, pois tivemos um plenário cheio. As nossas instituições UFRB e Ifba foram implantadas em um momento de expansão do ensino superior, tem um processo de consolidação em andamento e já tivemos contingenciamento de recursos desde 2015. Então estamos chegando em um momento em que um bloqueio que represente 32% do orçamento destinado ao pagamento de despesas correntes, de fato traz uma dificuldade grande que pode inviabilizar o funcionamento desses instituições”, afirmou.
O reitor destacou que se o bloqueio for mantido, a instituição terá dificuldade de fazer pagamento de contas básicas como água e energia, além de funcionários terceirizados.
“Nós entendemos que o país vive uma crise econômica desde 2015, mas o que estamos dizendo é que um bloqueio de um orçamento que já vem sendo reduzido ao longo de quatro anos, só piora a situação. A educação precisa ter uma prioridade maior dentro desse contexto”, destacou.
O diretor geral do Ifba, Raigenis Fiuza, afirmou que a audiência é um ato importante para mostrar a comunidade as dificuldades pelas quais passam a Universidade Federal do Recôncavo Baiano e o Instituto Federal da Bahia. Ele afirmou que as instituições estão trabalhando para reverter esse corte, num diálogo com o Ministério da Educação.
“São dificuldades do ponto de vista orçamentário. A UFRB teve um corte de 32% e o Ifba um corte de 38%, de maneira que fica praticamente impossível manter o funcionamento pleno da instituição. Isso impacta a sociedade como um todo. Só pra dá uma dimensão do tamanho dos cortes, as despesas da instituição, entre junho e dezembro, estão orçadas em aproximadamente 1 milhão e 170 mil reais. Os recursos que estão disponíveis para o momento é apenas 360 mil reais, ou seja, é impossível manter a instituição com esse quantitativo”, afirmou.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade