Feira de Santana

Após protesto, estudantes que se opõem a municipalização de escolas agendam reunião com secretário

As escolas estão sendo municipalizadas, de acordo com o convênio de cooperação técnica entre as secretarias de Educação do Governo do Estado e do Município de Feira de Santana.

Acorda Cidade

Um grupo de estudantes realizaram uma manifestação na tarde da última quinta-feira (24), em frente ao Núcleo Territorial de Educação (NTE-19), em Feira de Santana. Eles são contra a municipalização das escolas estaduais e realizaram o protesto para chamar atenção do secretário de Educação da Bahia, Jerônimo Rodrigues, em busca de um diálogo com as comunidades escolares sobre os efeitos da municipalização.

Segundo os estudantes, essa foi a terceira tentativa de reunião com o secretário. Desta vez, a reunião está marcada para a próxima terça-feira (29).

As escolas estão sendo municipalizadas, de acordo com o convênio de cooperação técnica entre as secretarias de Educação do Governo do Estado e do Município de Feira de Santana. A portaria orientando a transferência das unidades de ensino foi publicada na edição desta sexta-feira (18), do Diário Oficial do Estado.

O convênio torna municipalizadas as seguintes escolas estaduais: Agostinho Fróes da Mota (localizado no centro), Edelvira de Oliveira (Queimadinha), Fabíola Vital (Campo Limpo), Reverendo Severino Soares (Gabriela), São João da Escócia (avenida Maria Quitéria) e Doutor Gamaliel (Panorama).

O mesmo ato oficial também permite a renovação da parceria que inclui outras seis unidades de ensino que já estavam sob a gestão do município: Ecilda Ramos de Souza (Jomafa), Otávio Mansur (São João), Padre Giovanni Ciresola (Cidade Nova), Eduardo Fróes da Motta (Brasília), Ernestina Carneiro (Rua Nova) e Monsenhor Mário Pessoa (Cidade Nova).

Os estudantes que realizaram a manifestação afirmam que as comunidades escolares atingidas pela medida têm sido majoritariamente contrárias, alegando falta de diálogo no processo – sobre o qual não tiveram oportunidade de opinar e não foram avisadas com antecedência. Eles também denunciam os problemas decorrentes da municipalização, como falta de vagas em escolas próximas para receber os estudantes do Ensino Médio oriundos das escolas onde ele será desativado.

“Estudantes da Queimadinha, por exemplo, ficarão sem oferta de Ensino Médio no bairro, e precisarão se deslocar para escolas distantes, em lugares onde podem haver conflitos territoriais. Outra comunidade escolar muito prejudicada será a do Colégio Estadual Agostinho Fróes da Motta, que deixará de contar com CPA (Comissão Permanente de Avaliação) e Tempo de Aprender – equivalente à Educação de Jovens e Adultos (EJA). A municipalização do Agostinho causaria, ainda, um efeito adicional, que é deixar comunidades rurais sem opção de escolas acessíveis através de transporte coletivo no centro da cidade. Por isso mesmo, a maioria dos manifestantes no ato de quinta-feira era composta por mulheres, estudantes da zona rural, da modalidade EJA, que contestam a municipalização do Agostinho Fróes da Motta, por compreenderem que perderiam o direito à educação pública”, destacam os estudantes por meio de nota enviada ao Acorda Cidade.
 

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