Pouco a pouco, os estudantes do Colégio Luiz Viana Filho, situado no bairro Cidade Nova, em Feira de Santana, começam a retornar às aulas, apesar de todo o caos gerado pela série de ameaças de ataques propagadas na última semana nas redes sociais e compartilhadas em grupos do WhatsApp.
Estudante do 3º ano do Ensino Médio, a adolescente Ana Carolina Cordeiro de Souza, 17 anos, relatou em entrevista ao Acorda Cidade, que devido ao medo de algum ataque contra os alunos da escola, deixou de frequentar as aulas com alguns colegas. Mas, hoje, retornou ao ambiente escolar, ainda com receio.
“Faltei ontem por conta do que está acontecendo em relação aos massacres, e a gente fica com medo dessa situação. Faltei ontem, eu e alguns colegas. A gente fica com receio, não é pela questão do colégio em si, mas de tudo que está acontecendo no Brasil inteiro”, contou a estudante.
Na opinião dela, os estudantes se sentiriam mais seguros se houvesse detectores de metais nas portarias das escolas, para coibir a entrada de armas de fogo e armas brancas.
“Eu acredito que deve ter um cuidado a mais na portaria, com detectores de metais para identificar se algum aluno está entrando com algum material que possa machucar, isso iria ajudar bastante. A gente conversou bastante sobre tudo que está acontecendo e o pessoal deu essa ideia de reforçar a segurança na frente da escola com os detectores para nossa segurança. Teve uma reunião com os líderes, e o diretor informou que conversou com os porteiros para terem um cuidado maior com a entrada das pessoas, observar mais e isso me deixou mais tranquila”, afirmou.
O diretor da unidade, o professor Eduardo Brito, afirmou que diante de todas as ameaças e informações falsas que circularam, várias medidas já foram adotadas para aumentar a segurança dos estudantes.
“Após as ameaças que a gente relatou, tomamos as providências, e foram adotadas medidas não só para o Luiz Viana, mas para todas as escolas da Bahia, pois estamos dentro de um sistema em rede, que tem todo um cuidado, seja da Polícia Militar como da Polícia Civil, além da ação nacional do Ministério da Educação e Segurança em busca de ampliar as rondas. Volto a frisar que a escola é um lugar de acolhimento, um ambiente de transformação social e as famílias se sentem mais seguras em saberem que seus filhos estão neste local. Estamos trabalhando para isso, e a imprensa tem um papel fundamental neste momento ao fazer com que as fake news sejam eliminadas, e fazendo com que a sociedade se conscientize que é hora de estarmos todos juntos”, frisou.
O professor destacou que aos poucos a comunidade está tentando retomar a normalidade, e os pais estão enviando os filhos novamente para a escola.
“Então de todo esse cenário a nível nacional, estadual e local, a comunidade está percebendo que estamos todos juntos e está aos poucos retornando à normalidade, no sentido de que esse ambiente é um lugar de encontro e acolhimento. Mas estamos em constante conversa, atendendo os pais que estão com medo, com receio.”
O diretor esclareceu que ainda não há informações de quem teria criado as contas no Instagram para aterrorizar os estudantes da escola e a comunidade.
“Ainda não houve um resultado direto de quem criou a conta do Instagram com o nome ‘Massacre Luiz Viana’. Até o presente momento, a gente não tem a informação de quem fez, mas está claro que foi falso e a gente não pode alimentar essa cultura de guerra e confusão, precisamos alimentar a cultura da paz. Por isso no nosso diálogo com os estudantes pedimos que eles não sejam propagadores de informações falsas para desestruturar a vida social. Evitem alimentar, dar combustível a essas ações. Eu não acredito que tenham sido estudantes do Luiz Viana que criaram as contas, mas que nossos estudantes tiveram a infelicidade de espalhar essas notícias e criaram esse caos.”
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.
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