Rachel Pinto
Representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (APLB) e professores estiveram na sessão da Câmara de Vereadores de Feira de Santana, na manhã desta quarta-feira (26), para se protestar contra o corte de salários dos professores da rede municipal e pedir o apoio dos vereadores para que o pagamento seja feito integralmente. Devido a pandemia da covid-19 e o decreto de suspensão das aulas, os professores tiveram os salários de abril, maio e junho cortados, uma vez que a prefeitura alegou que o corte correspondeu às horas extras e despesas de deslocamento. A APLB através de liminar conseguiu que o salário de julho fosse pago, mas na última sexta-feira (21), o Tribunal de Justiça mediante recurso apresentado pela prefeitura suspendeu a liminar.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
A professora Marlede Oliveira, presidente do sindicato declarou que os professores temem que o corte volte a acontecer em agosto e que muitos deles tiveram o salário cortado em até 70%. Alguns colegas, se acordo com ela, estão passando dificuldades financeiras, endividados e o objetivo da APLB ter ido à câmara hoje, foi pedir apoio dos vereadores para que essa situação seja resolvida.
Marlede disse ao Acorda Cidade que pediu ao presidente da Câmara, o vereador José Carneiro, para falar na tribuna da casa da cidadania e não foi autorizada. Por esse motivo, ela ligou a caixa de som do sindicato. Essa atitude da sindicalista, no entanto, alterou o ânimo do vereador, que pediu que a guarda municipal retirar a caixa de som.
“Quando eu fui falar com o vereador pessoalmente ele mandou fechar a porta e disse que não ia me ouvir e por isso eu liguei o som. Viemos pedir o apoio deles sobre o corte de salário de nossa categoria. Os salários foram cortados em abril, maio e junho. Entramos com o recurso na justiça, o juiz deu a liminar favorável e a prefeitura pagou em julho. O prefeito recorreu e aí saiu outra decisão para suspender a nossa liminar. Estamos sabendo que vai ter corte de salário de novo e a categoria não aceita mais. Consegui falar com o secretário de educação e ele disse que até meio-dia está vendo aí como viabiliza com o procurador de fazer um parecer. A decisão de corte é uma decisão política, não é jurídica.
O vereador José Carneiro considerou a postura da professora Marlede Oliveira como truculenta e frisou que ele nunca negou a fala à APLB na tribuna da Câmara. Ele acrescentou ainda que é a favor de manifestações desde que sejam ordeiras e respeitosas e que é favorável ao pagamento integral dos salários dos professores.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
“A presidente da APLB queria utilizar caixa de som durante a sessão ordinária da câmara e regimentalmente não é permitido. Eu fui lá educadamente, pedi para que ela não utilizasse a caixa de som e ela do jeito truculento que ela é, não atendeu. Eu autorizei a guarda municipal a apreender a caixa de som até o momento que ela desligasse. Ela desligou e eu autorizei a devolução naturalmente para que não viesse trazer danos e prejuízo para ninguém. Nós não vamos permitir que a APLB nem ninguém venha bagunçar as sessões da câmara. Podem se manifestar, a casa é do povo, mas de forma ordeira e respeitosa. Eu particularmente acho que o prefeito é um homem democrático, é capaz de sentar e discutir. Não tenho nada contra o pagamento integral, sou favorável e eu acredito que os professores poderiam até estar dando aula online e não estão na sala de aula devido ao decreto que proíbe a aula presencial”, concluiu.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.
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