Andréa Trindade
Os professores da rede estadual paralisaram as atividades na última quarta-feira (25), e novas paralisações devem acontecer. De acordo com o dirigente da APLB – Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia, Germano Barreto, a categoria quer o pagamento da Unidade Real de Valor (URV).
Com o slogan “Pague a URV ou Pague Para Ver”, os professores vêm realizando manifestações cobrando o pagamento e aproveitam para reivindicar melhorias nas escolas e na certificação e aceleração nos processos de aposentadoria. Segundo germano Barreto, as manifestações são formas de chamar a atenção do Governo e mostrar a insatisfação da categoria. “Nós não vamos deixar essa luta assim facilmente. Vamos continuar até que seja feito o pagamento”, enfatizou o sindicalista. (Ouça o áudio abaixo da foto)
A próxima paralisação será no dia 30 de setembro. Este ano, a APLB-Sindicato realizou assembleias em março, abril e maio e liderou paralisações pelo pagamento da URV em março, maio e junho. A espera pelo pagamento da URV já completou 16 anos.
O que é a URV?
Unidade Real de Valor ou URV (sigla pela qual se popularizou) foi a parte escritural da atual moeda corrente do Brasil, cujo curso obrigatório se iniciou em 1º de março de 1994. Era presidente da República, Itamar Franco, e ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso. Foi um índice que procurou refletir a variação do poder aquisitivo da moeda, servindo apenas como unidade de conta e referência de valores. Teve curso juntamente com o Cruzeiro Real (CR$) até o dia 1º de julho de 1994, quando foi lançada a nova base monetária nacional, o Real (R$).
Instituída pela Medida Provisória nº 434 (posteriormente transformada na Lei nº 8.888), foi parte fundamental do Plano Real, contribuindo positivamente para a mudança de moeda, para a estabilização monetária e econômica, sem medidas de choque como confiscos e congelamentos. De acordo com a MP 434 todos os preços e salários deveriam ser necessariamente indexados para que o plano surtisse efeito, mas as regras que determinavam sua conversão foram adotadas de tal maneira que os salários nominais seriam convertidos não pela cotação da data de sua vigência (dia 1º de cada mês), mas pela média das cotações no dia do efetivo pagamento, o que, necessariamente, forçava uma defasagem de poder aquisitivo, convertendo os salários de forma arrochada para a nova moeda. No caso dos servidores públicos, cada poder de cada instância da Federação passou a converter os salários em URV de acordo com a cotação do dia que mais lhe convinha, de modo que, utilizando a cotação mais baixa, os salários convertidos em Real fossem menores. Na Bahia e em outros estados, a conversão resultou numa perda de 11,98% nos vencimentos dos servidores públicos do Estado, de abril de 1994 aos dias atuais. ( Portal APLB Sindicato)
Fonte: Acorda Cidade