Rachel Pinto
Os pais e alunos da Escola Municipal Monteiro Lobato acordaram cedo nesta segunda-feira (4), com toda expectativa do retorno das aulas semipresenciais. As crianças vestiram a farda, se arrumaram, organizaram as mochilas e ao chegarem à escola se depararam a situação lamentável da precariedade do espaço físico e um protesto realizado pela Sindicato dos Trabalhadores em Educação (APLB) e pais sobre tal situação.
Neste primeiro dia de retorno das aulas semipresenciais a Escola Municipal Monteiro Lobato está com o aspecto de abandono, pintura descascada, muito mato e não há nada que empolgue o clima de volta às aulas e sensação de recomeço após um ano e oito meses de suspensão das atividades escolares em virtude da pandemia da covid-19.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
A diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (APLB) de Feira de Santana, Marlede Oliveira contou ao Acorda Cidade que os professores foram surpreendidos com o chamamento de retorno às aulas na última sexta-feira (1º) e que a escola não tem condições de receber os alunos.
Segundo ela, o teto do refeitório foi condenado por um engenheiro, apresentando a possibilidade de desabar e o local não recebeu nenhuma melhoria e nem nenhuma organização do espaço físico para volta às aulas.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
“Nós da APLB denunciamos 36 escolas da rede municipal ao Ministério Público e 9 da rede estadual. Elas não têm condições de funcionar presencialmente devido às condições físicas. A direção da escola irresponsavelmente convocou os estudantes. Fizemos uma carta, entregamos aos pais, estamos aqui hoje durante todo o dia. O prefeito recebeu 248 milhões dos precatórios do Fundef desde 2018. Temos um ano e oito meses sem atividades presenciais e ele deveria ter usado esse recurso que ele tem direito a 40% para melhorar as escolas. É preciso respeito com as crianças, com os filhos dos trabalhadores da cidade”, reivindicou.
Jairo Leal foi até a escola para levar o filho para o primeiro dia de aula semipresencial, mas teve que voltar para casa.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
“Na minha opinião a escola precisa se reforma, pintura e capinação”, disse.
Ariane dos Santos Oliveira, moradora do Alto do Rosário acordou cedo para levar a filha Alice Vitória para a Escola Municipal Monteiro Lobato e também teve que voltar para casa. Revoltada com a situação, ela também defendeu que a instituição de ensino precisa ter melhorias para receber os alunos.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
“Acordei 5h da manhã para acompanhar minha filha na escola, pegamos o ônibus e chegando aqui não tem aula. Está uma vergonha, deviam ter feito uma reforma e não fizeram nada”, lamentou.
A diretora da Escola Municipal Monteiro Lobato ,Claudine Cordeiro relatou que a reforma da escola está em processo, que um engenheiro já fez os relatórios sobre as necessidades do prédio e haverá o processo de licitação, além de outros trâmites burocráticos. Sobre a capinação, ela afirmou que aguarda empresa responsável desde a semana passada e que fez o encaminhamento sobre as questões da escola para a Secretaria Municipal de Educação.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
“Fiz o encaminhamento desde o início do retorno das aulas, As escolas começaram a se organizar para receber o seu público, fizemos vários ofícios para a Secretaria de Educação sobre capinação, materiais, e chegaram alguns desses itens na semana passada”, completou.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.