Economia Solidária

Referência na Economia Solidária, Bahia tem desafios pela frente

Na Bahia já foram investidos mais de R$ 620 milhões na política pública que atende, atualmente, cerca de 40 mil pessoas.

Foto: Yago Matheus/Ascom Setre
Foto: Yago Matheus/Ascom Setre

Durante o III Encontro Estadual de Economia Solidária realizado, nesta terça-feira (6), em Salvador, foram destacados os desafios que a Bahia tem pela frente, como a organização da economia popular, a obtenção de mais incentivos e a inserção da juventude no processo. O encontro reuniu representantes de três ministérios para debater desafios e estratégias da política pública para desenvolvimento do País e da Bahia.

Promovido pelo Governo do Estado por meio da Secretaria de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) em parceria com o Fórum Baiano de Economia Solidária, a ação aconteceu na sede da União dos Municípios da Bahia (UPB), das 8h30 até às 17h30.

Representantes de 15 Centros Públicos de Economia Solidária (Cesol´s) e 11 Territórios de Identidade participaram do encontro que contou com a presença do gestor da Setre, Davidson Magalhães, o vice-governador, Geraldo Jr, o secretário Nacional de Economia Popular e Solidária, Gilberto Carvalho (Ministério do Trabalho e Emprego); o secretário nacional de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social, Inácio Arruda, (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e Desenvolvimento) e o Chefe de Gabinete, Gustavo Souza (pasta da Assistência Social, Família e Combate à Fome).

A política de Economia Solidária foi implementada na Bahia em 2007, o que garantiu ao estado protagonismo na modalidade. De lá para cá, já foram investidos mais de R$ 620 milhões na política pública que atende, atualmente, cerca de 40 mil pessoas.

Gente como Eugênia Robeiro Felix, representante da Capribéee, associação que produz e comercializa derivados do leite de cabra a partir de pequenos produtores dosa municípios de Jaguarari e Curaçá. “Precisamos fortalecer a economia solidária. Precisamos de mais recursos públicos”, disse a produtora, mas ponderou que, com mais incentivos, “somos gigantes e ganhamos o mundo”.

Foto: Yago Matheus/Ascom Setre

Apoio

O secretario da Setre, Davidson Magalhães, destacou que, a Bahia é referência nacional na Economia Solidária, mas lembrou que, no estado a economia popular é maior que o emprego formal motivo pelo qual preciso de “sustentação e apoio” para que essa riqueza econômica seja organizada de forma solidária. “Sempre se fala do agronegócio. O que seria do agronegócio sem a Embrapa, sem o subsídio? Muitos recursos de gasta com o agronegócios. E não estou dizendo que está errado, mas aqueles que trabalham com a economia popular têm que ter o mesmo apoio” disse o secretário, referindo-se à políticas do governo federal.

“Para nós não é o suficiente, precisa buscar um patamar superior. O desenvolvimento da Bahia não é só o de trazer grandes empreendimentos. Precisamos de um novo modelo de desenvolvimento”.

Gilberto Carvalho, à frente da Secretaria Nacional de Economia Popular e Solidária, disse que o governo federal está articulando linhas de financiamento para empreendimentos de economia solidária, cujos editais devem ser lançados no segundo semestre deste ano. Um País que financia o agronegócio e a indústria também precisa financiara economia solidária.

“O governo baiano saiu na frente já há algumas gestões nesse sentido. É por isso que é uma referência nacional. Nós estamos articulando com a Fundação Banco do Brasil, com o BNDES, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, linhas especiais de financiamento, inclusive com recursos do Conselho do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat), para ajudar a financiar os novos projetos. A gente espera já no segundo semestre fazer editais públicos para os empreendimentos concorrerem e receberem financiamento federal. Não há como adiantar valores, mas haverá um valor significativo para dar sustentabilidade a esses projetos”, disse.

Desafios

O superintendente de economia solidária e cooperativismo da Setre, Wenceslau Guimarães, que coordenou o painel vespertino para a implementação da Economia Solidária no estado, avalia que são três principais desafios.

“O primeiro é o de ampliar e consolidar a política de assistência técnica nos territórios do estado da Bahia. O outro desafio é como organizar a economia popular, preferencialmente de forma solidária. E o último desafio seria como dialogar com a juventude. Para esse terceiro desafio apontamos três caminhos: a cultura, o esporte e a inclusão digital. Esses caminhos com certeza irão reduzir a distância entre as políticas públicas de economia solidária e a juventude”, disse Wenceslau.

Foto: Yago Matheus/Ascom Setre

Por sua vez, o secretário nacional de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social, Inácio Arruda, enfatizou que a reivindicação do presidente Luís Inácio Lula da Silva é a de que é preciso desenvolver tecnologia que sejam capazes de ajudar o pequeno produtor rural, que desenvolve um trabalho de economia solidária e que a preocupação é com os mais pobres. E existe conhecimento científico desenvolvido nas nossas universidades que podem contribuir com esse produtor. E esse é o nosso papel, o de transferir tecnologia saudável para a produção de alimentos que garantam uma qualidade de vida muito melhor do que o que se tem até hoje”.

Semana passada, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, esteve na Bahia e garantiu que está empenhada em criar um Centro Público de Economia Solidária de Ciência e Tecnologia para dar apoio aos Cesol´s de todo o estado.

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