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Num momento em que as atenções de todos estão voltadas à pandemia de coronavírus, a Região Oeste da Bahia celebra um marco histórico na área de saúde nessa segunda-feira (4): a formatura da primeira turma de médicos da Universidade Federal do Oeste da Bahia (Ufob). Os 29 novos profissionais tiveram sua colação de grau antecipada devido às ações de combate à Covid-19.
A cerimônia, ocorrida no Campus Reitor Edgard Santos, da Ufob, em Barreiras, contou apenas com a participação de autoridades acadêmicas e dos estudantes. A medida foi para evitar aglomerações. Criado sem setembro de 2014, o curso de medicina numa instituição pública em Barreiras era um desejo antigo da população e possibilitou que muitos estudantes da Região não precisassem mais buscar essa formação em outros locais.
Como medida preventiva ao coronavírus, primeira turma de Medicina da Ufob foi dividida em dois grupos para a colação de grau
Deyse Câmara é uma delas. Natural de Cotegipe, a jovem de 24 anos, realizou dois sonhos: o de ingressar no curso e retornar para perto da família, após uma temporada de estudos no estado de Goiás. Agora formada, ela pretende retribuir a chance dada e seguir o trabalho já desenvolvido nas unidades de saúde. “O sentimento que prevalece, sem dúvidas, é o de gratidão. Por isso, pretendo trabalhar aqui, não apenas por ser filha da região e ter a oportunidade de conviver com todas as pessoas que eu amo, mas porque realmente precisamos de mais profissionais médicos, principalmente especialistas”, pontua a médica, que já planeja a residência em 2020.
A ibotiramense Ludnna Baraúna, de 26 anos, está feliz por escrever seu nome na história da saúde do Oeste da Bahia e cumprido seu dever. Segundo ela, apesar das dificuldades comuns em primeiras turmas de Medicina, a Ufob possibilitou uma maior proximidade com professores e servidores gabaritados, o que nem sempre acontece em instituições maiores. “Poder aprender e estar ativa em projetos nos bairros de Barreiras me possibilitou experiências que marcaram minha formação ”.
O médico Rhamon Lacerda, 31 anos, também ressalta o papel dos estudantes na construção do curso. “Não foi fácil ser a primeira turma de Medicina no Oeste da Bahia e também numa universidade nova. Todos tinham o dever de ajudar a construir o curso. Sempre fazíamos reuniões, participávamos de conselhos, estudava como funcionava o curso e a grade das outras instituições. A Ufob sempre nos ouvia e, mesmo com as burocracias, a gente conseguia adequar as disciplinas, professores, estágios, dentre outras coisas”.