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O painel contou com a presença de Maurício Minas, membro do Conselho de Administração do Bradesco; Estevão Lazanha, diretor de Engenharia de Canais do Itaú Unibanco; Gustavo Fosse, diretor de Tecnologia do Banco do Brasil; Cláudio Salituro, VP de Tecnologia da Informação da Caixa; Marino Aguiar, CIO do Santander; e João Dantas, CFO do BTG Pactual.
Mauricio Minas destacou que as plataformas digitais do Bradesco tiveram crescimento acentuado no período de pandemia. O banco digital do grupo, o Next, por exemplo, registrou crescimento de 46% nas transações, enquanto a plataforma de investimentos Ágora teve salto de 76%. Já a plataforma de inteligência artificial do banco, a BIA, teve 25% de aumento na demanda, enquanto as operações de mobile banking cresceram mais de 30%.
Lazanha contou que o uso dos canais digitais cresceu de forma espantosa durante a pandemia em sua instituição. Como exemplo disso, mencionou que três quartos das novas contas abertas pelo Itaú Unibanco nos três últimos meses foram pelo mobile banking, como evolução da jornada de atendimento pelo aplicativo.
O número está em linha com os resultados da Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária – também apresentados no CIAB LIVE que apontam que as transações bancárias feitas por pessoas físicas pelos canais digitais –internet e mobile banking– foram responsáveis por 74% das operações em abril, um mês após o início da quarentena e das medidas de isolamento social.
Gustavo Fosse, do Banco do Brasil, destacou que setor financeiro brasileiro é referência por ser um dos que mais utiliza tecnologia de ponta. Durante a pandemia, os clientes puderam explorar essa capacidade das instituições financeiras de estarem na vanguarda tecnológica. No BB, ele informa que as transações pelos canais digitais durante a pandemia cresceram 76%.
Para os participantes do painel, a crise sanitária contribuiu para acelerar mais ainda a transformação digital no setor financeiro. Salituro, da Caixa, contou que a pandemia foi uma oportunidade para colocar em prática rapidamente projetos que já vinham sendo discutidos pelo banco, mas que dependiam da mudança de cultura.
Quando chegou a pandemia, e consequentemente o período de distanciamento social, muitas dessas iniciativas precisaram ser lançadas em poucos dias. Ele menciona o desenvolvimento de dois aplicativos para atendimento da plataforma do auxílio-emergencial do governo e da liberação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para alcançar o cliente onde quer que ele estivesse.
Ao analisar a mudança de comportamento do cliente durante a pandemia, Aguiar, do Santander Brasil, reforça a necessidade de implementação de novas tecnologias como o PIX, novo sistema de pagamento instantâneo do Banco Central, e open banking para facilitar a entrega de serviços. Ele explicou que o banco espanhol pode importar muitas inovações de outros mercados para implementações no Brasil.
Na visão de Dantas, do BTG Pactual, toda crise exige mudanças. Porém, o executivo avalia que o setor financeiro, por ser um dos que mais investe em tecnologia, estava mais preparado para atender os clientes nesse momento de mudança de comportamento em relação ao uso de plataformas digitais.
Fraudes e cibersegurança
O painel “As novas tentativas de fraudes e ameaças cibernéticas durante a crise” fechou o segundo dia do CIAB FEBRABAN Live 2020.
Participaram: Adriano Volpini, head de Corporate Security do Itaú Unibanco, Bruno Fonseca, superintendente-executivo de Prevenção a Fraudes do Bradesco, Álvaro Teófilo, head de Segurança do Santander, Jorge Krug, head de TI do Banrisul, Fabrizio Pinna, superintendente-executivo do Bradesco, e Ednaldo Oliveira, gerente nacional de Segurança Tecnológica da Caixa.
A conscientização dos clientes quanto aos riscos sobre golpes virtuais é a principal arma dos bancos para combater a ação dos fraudadores, concluíram os palestrantes do painel.
Segundo Bruno Fonseca, superintendente-executivo de Prevenção a Fraudes do Bradesco, não foram registrados casos de quebra de criptografia ou de sigilo de dados durante a pandemia. “Em praticamente todos os casos, trata-se de engenharia social. O fraudador ensina o cliente a cair no golpe virtual.” Para conscientizar seus clientes, o Bradesco lançou uma cartilha com os 10 golpes mais comuns, que vão desde a criação de um “chat” fake até o velho golpe do motoboy.
Para minimizar os riscos, é essencial conscientizar os clientes. “Educação digital é o caminho mais eficiente”, definiu Adriano Volpini, do Itaú Unibanco.