Economia

Indústria de diamantes se prepara para reduzir produção

Símbolo de poder e status, a pedra mais cobiçada para joias deve ter produção reduzida para manter o valor.

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Oferta e demanda: a lógica do mercado vai marcar o ano de 2019 como o auge da produção legal de diamantes no mundo. Essa é a opinião da consultoria americana Bain & Co, que afirma que a partir de 2020 a extração deve cair entre 1% e 2% anualmente. Os dados foram divulgados pela revista britânica “The Economist”.

A pedra mais cobiçada e utilizada para a confecção de anel de noivado deve ter a extração reduzida em  virtude da própria natureza do diamante. Assim como todos os recursos naturais, existe em quantidade limitada no planeta, e de acordo com especialistas, todas as grandes reservas já foram encontradas. Inclusive a maior mina já construída foi inaugurada em 2016 e ainda está em produção.

O período de maior produção de diamantes foi em 2005, ano que representa o ápice de uma época de crescimento constante. Naquele ano foram extraídos 177 milhões de quilates, ou 35,4 toneladas. À ocasião, o crescimento foi impulsionado pelas entradas de Canadá, Rússia e Austrália na produção, que antes era restrita a países africanos.

A empresa sul-africana De Beers controlou sozinha o mercado mundial de diamantes desde seu surgimento, no fim do século 19. Até hoje, a firma apresenta o maior lucro dessa indústria e inaugurou em setembro de 2016 a maior mina de diamantes da última década. A empresa também afirma que não deve construir nenhuma outra mina desse porte no futuro.

Atualmente, a produção legal de diamantes corresponde a praticamente toda a extração, porém, segundo estimativas, de 5% a 10% das pedras comercializadas no mundo estão no mercado paralelo e têm origem em zonas de conflito.

De acordo com a The Economist, os minerais com origem em regiões de conflito, como a República Centro-Africana, são banidos do mercado, mas ainda podem ser contrabandeados.

Ao contrário do que possa parecer, a previsão de declínio é bem recebida pelos produtores, já que as mudanças na indústria proporcionadas pelo avanço tecnológico impõem uma dinâmica nova ao mercado, fazendo com que a demanda também caia cada vez mais ao longo do tempo.

Nesse sentido, uma queda na oferta ajuda a manter o produto valioso. Um dos principais desafios enfrentados pelos produtores tradicionais do diamante natural vem da tecnologia: o desenvolvimento de novas indústrias que conseguem produzir a pedra em laboratórios com alta qualidade.

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