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O empresário Eike Batista, que foi a oitava pessoa mais rica do mundo até o ano passado, deixou de ser bilionário, segundo ranking da Bloomberg, agência americana considerada um dos principais provedores mundiais de informação para o mercado financeiro. No início do mês, a Bloomberg já havia registrado queda na fortuna de Eike, que passava a ser de US$ 2,9 bilhões, contra US$ 34,5 bilhões de março do ano passado.
A agência estima que ele deve US$ 1,5 bilhão ao fundo Mubadala, de Abu Dhabi. Pelas contas da Bloomberg, o empresário já havia acumulado pelo menos R$ 2 bilhões em dívidas pessoais, o que significa que o empresário agora teria um patrimônio líquido de cerca de US$ 200 milhões (aproximadamente R$ 447,9 milhões).
O dinheiro de Eike começou a ‘evaporar’, quando o desempenho das suas empresas no mecado de ações ficou repetidamente aquém de suas promessas, afundando seus planos de criar um império. Ele começou a vender ativos este ano, sob a pressão de credores, à medida que os prejuízos se acumularam.
Desconfiança
A desconfiança de investidores com as empresas “X”, como ficaram conhecidos os negócios de Eike, teve início após seguidas frustrações com a produção de petróleo da OGX, que já foi considerada o ativo mais precioso do brasileiro.
A OGX decidiu não seguir adiante com o desenvolvimento de algumas áreas na Bacia de Campos antes consideradas promissoras. Diante dos prejuízos registrados por suas companhias e da desconfiança de bancos e investidores, Eike passou a correr o risco de ter de se desfazer de parte de suas empresas.
As dívidas do grupo EBX com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) colocam em xeque o apoio do banco a megagrupos nacionais e vem impactando a Bovespa como um todo.
Segundo a Bloomberg, o recuo reflete também que o BNDES teria oferecido garantias de R$ 2,3 bilhões (cerca de US$ 1 bilhão) em empréstimos para o grupo de Eike. Em nota, o banco estatal informou que o valor total das operações contratadas com o EBX é de R$ 10,4 bilhões.
O banco não informou, entretanto, qual percentual desse valor foi, de fato, desembolsado, já que os desembolsos ocorrem ao longo do período de execução dos empreendimentos.
Trajetória de Eike
2000 – Empresário deu início às operações da EBX, a ‘holding’ que congrega várias empresas
2004 a 2008 – Eike criou e abriu o capital das empresas MMX, MPX , OGX e LLX, levantando recursos recordes de US$ 7,1 bilhões
Março de 2010 – OSX, empresa do grupo, estreou na Bovespa, com baixa de 7,5%
Março de 2010 – Empresário é o 8º mais rico (Forbes), com patrimônio líquido de US$ 27 bilhões
Março de 2011 – Forbes aponta fortuna de US$ 30 bilhões de Eike, então homem mais rico do Brasil
Dezembro de 2011 – Empresas de Eike caem R$ 11,7 bilhões no ano
Março de 2012 – Eike Batista cai para 10º mais rico do mundo, no ranking da Bloomberg
Maio de 2012 – CCX estreou com queda de 3% na Bovespa
Junho de 2012 – OGX cai mais de 25% e derruba Bovespa
Dezembro de 2012 – Eike perde US$ 6,8 bilhões de sua fortuna em um só dia
Maio de 2013 – Empresário deixa a lista dos 100 maiores bilionários
1º Julho de 2013 – OGX registra queda de mais de 95% desde o pico da sua cotação em 2010
2 e 3 de julho de 2013 – Agências de classificação rebaixam nota da OGX e apontam risco de calote
4 de julho de 2013 Eike deixa conselho e MPX aumenta capital privado em R$ 800 milhões. Fortuna do empresário, que já foi avaliada em US$ 34,5 bilhões, caiu para US$ 2,9 bilhões, segundo a Bloomberg
Fonte: correio e Agências
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