Economia

Empreendedor de sucesso fala das áreas quentes para fazer fortuna

Para Wenceslao Casares, empreendedor digital de sucesso nos EUA, latino-americanos têm vantagens competitivas no Vale do Silício

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O argentino Wenceslao Casares é exemplo de que um tombo inicial pode ser o caminho mais certo para o sucesso. Após fundar o primeiro provedor de internet de seu país, em 1994, ele acabou, segundo definição do próprio, “chutado para fora do negócio” pelos sócios. “Entre os vacilos que cometi, esse pode não ter causado o maior prejuízo, mas foi o que mais doeu”, conta. Sem desanimar, ele reverteu a situação ao criar um portal de serviços financeiros que se tornou referência na América Latina e acabou comprado pelo Banco Santander.

Casares, então, saiu da Patagônia para ser um empreendedor de sucesso nos EUA. Fundou uma badalada empresa de jogos digitais, a Wanako Games, que rendeu a ele prêmios de “jogo do ano” e depois foi vendida para a gigante Activision. Também criou o Banco Lemon (que recentemente passou a usar o nome Banco Bracce), focado em clientes de baixa renda, transformado em parceiro do Banco do Brasil em 2009.

Hoje, está à frente do Bling Nation, um sistema de compra e pagamento baseado no Facebook e no acesso móvel à internet. Casares esteve no Brasil com a comitiva de investidores e empreendedores americanos que visitou o País no final de semana.

iG: Por que é comum ouvir que o empreendedor digital do Vale do Silício sabe lidar com negócios melhor que o latino-americano?
Casares: Como na América Latina existe pouco capital de risco para empresas digitais, os desenvolvedores de tecnologia estão menos acostumados a tratar de negócios. Mas, até por essa dificuldade, aparecem pessoas aqui que sabem lidar muito bem com dinheiro. Além disso, no Vale do Silício existe mais instrução em administração para quem mexe com tecnologia.

iG: A distância é um obstáculo para latino-americanos terem acesso a investimentos americanos ou o capital se tornou global?
Casares: Se você quer contar com o capital de risco do Vale do Silício, é mais fácil estar lá. O investidor prefere estar próximo à empresa na qual tem dinheiro investido. Acho que latino-americanos que consideram seriamente ir ao Vale do Silício devem pensar em ficar, no começo, em lugares próximos a incubadoras, como a 500Startups. É mais fácil conhecer gente.

iG: Existe um clima de que os investidores americanos estão de olho nas iniciativas digitais brasileiras. É verdade?
Casares: Está começando a acontecer. Mas os investidores não querem correr muitos riscos aqui, então ainda estão focados em empresas que já possuem receita. Se eu fosse um empreendedor tecnológico brasileiro que quer criar algo mais inovador, ainda procuraria capital local primeiro.

iG: Além das óbvias dificuldades, quais são as vantagens em ser um empreendedor latino-americano no Vale do Silício?
Casares: Uma coisa boa é que o ambiente de negócios aqui é tão difícil – para contratar, demitir, alugar um local, tudo – que, se você consegue empreender aqui, provavelmente conseguirá lá também.

iG: Qual foi seu maior erro no início da carreira?
Casares: Quando fundei o primeiro provedor de internet da Argentina, eu era muito inocente. Fui arrogante e achei que não precisava dar tanta atenção aos aspectos jurídicos e legais do processo.

iG: Quais são as áreas quentes, que mais chamam a atenção dos investidores americanos no momento?
Casares: Acho que mobile [internet móvel, como em celulares e smatphones] em geral. Em específico, a intersecção entre internet móvel e redes sociais.  As informações são do IG

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