Acorda Cidade
O embate comercial entre China e Estados Unidos já se arrasta há alguns meses e, nesta semana, mais um episódio dessa disputa deve ser escrito. Isso porque os líderes das duas maiores economias do mundo devem se reunir durante o encontro do G20, que acontece em Buenos Aires, na Argentina, na próxima sexta-feira (30).
E o Brasil está de olho em possíveis acordos que podem ser estabelecidos. Isso porque a soja brasileira se tornou fundamental para a China, que não compra mais o grão vindo dos Estados Unidos.
As taxações começaram em março, com os Estados Unidos aplicando sobretaxas para o aço e alumínio importado de diversos países. Em seguida, o governo norte-americano anunciou uma tarifa de US$ 50 bilhões em cima de mais de mil produtos chineses. Desde então, os dois países travaram um acirrado duelo econômico.
Em abril, a China aplicou uma tarifa de 25% sobre a soja americana, entre outros produtos. E foi aí que o produto brasileiro ganhou o espaço, substituindo o grão vindo dos Estados Unidos nas compras chinesas.
Cristiano Palavros é consultou técnico da Associação Brasileira dos Produtores de Soja. Ele destaca que este é o principal assunto que movimenta o mercado no momento.
Em caso de um acordo e fim do conflito, Cristiano diz que o resultado será positivo para a Bolsa de Chicago, mas comprometerá os preços aqui no Brasil. Ele explica como deve ser o cenário caso o embate se mantenha.
“Inicialmente nós veremos os preços em Chicago, que é o principal balizador de preços da soja no mundo, um pouco depreciado dos que os que estão hoje. Porém, para nós brasileiros, é bem possível que tenhamos uma impulsão nos prêmios pagos na soja brasileira em nossos portos. Então, se não houver acordo, a demanda chinesa continuará muito forte pela soja da América do Sul, em especial a brasileira.”
Cristiano lembra que a China é muito dependente da soja importada, já que o consumo é alto pelo país. Ele também destaca que o Brasil terá uma safra volumosa e de qualidade.
Nesse cenário, o consultor técnico aconselha que produtores se preparem e montem uma estratégia de comercialização, baseada nas orientações de consultores. Enquanto isso, resta aos produtores brasileiros ficarem atentos e aguardarem as resoluções que devem acontecer ainda nesta semana.