Feira de Santana

Em meio à pandemia, agricultores da região se unem para vender seus produtos através de feira virtual e comemoram resultados

Os consumidores podem encontrar doces, frutas, hortaliças, verduras, grãos, bolos, laticínios e também produtos de origem animal e processados

Laiane Cruz

Há um ano comercializando produtos da agricultura familiar, a Feira Virtual promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Feira de Santana (Sintraf) tem colhido bons resultados e garantido a renda de mais de 50 famílias, que assim como outros setores da sociedade tiveram que se reinventar e apostaram nas plataformas digitais como uma saída para a crise causada pela pandemia.

Na feira virtual da agricultura familiar, os consumidores podem encontrar doces, frutas, hortaliças, verduras, grãos, bolos, laticínios e também produtos de origem animal e processados, dentre uma imensa variedade opções.

O cardápio digital pode ser acessado através do site da feira. Lá o cliente acessa o menu, com preços acessíveis, e tem a opção de receber produtos fresquinhos em casa, através do serviço de delivery, ou retirá-los na sede do sindicato.

De acordo com Conceição Borges, presidente do Sintrafs, a feira nasceu em meio à pandemia e a necessidade de escoar a produção da zona rural de Feira de Santana, além de garantir renda para os agricultores, que diante das restrições impostas pelo governo municipal e a necessidade de maior isolamento social não tiveram mais condições de comercializar seus produtos nas feiras livres da mesma forma que antes.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“A Feira nasceu em um momento em que o sindicato não pôde abrir as portas por conta da pandemia, em que a zona rural estava com alta produção, mas não tinha como comercializar. Agora os licores e bolos são a renda no período junino. Então a iniciativa foi no sentido de escoar os produtos típicos da época. Como a Feira caiu no gosto das pessoas, que acessaram o cardápio, a feira permaneceu. E a gente celebra hoje um ano de feira”, comemorou Borges.

Ela destacou ainda a importância da feira virtual no sentido da valorização dos trabalhadores rurais da região e da produção. Além disso, expandiu a sua oferta de produtos e já conta com municípios parceiros nos demais territórios baianos.

“A nossa feira comercializa desde produtos orgânicos a plantas medicinais. Outra coisa importante é a articulação entre os territórios do Portal do Sertão, o Sisal, a Bacia do Jacuípe e a Chapada Diamantina. Então hoje nós temos mais de oito cidades, que comercializam junto conosco nessa feira, produtos in natura e beneficiados, uma variedade enorme, como cachaça, queijo, iogurtes, frutas, verduras, e produtos como bananas, batatas, que a gente não tem em Feira neste período, mas que a gente consegue trazer de fora através da articulação da rede”, salientou.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Em um ano de feira virtual já foram comercializados mais de 3 mil produtos através das plataformas digitais. Através da página do instagram @1feiradigital o cliente conhece parte do que a feira tem pra oferecer. A expectativa, segundo Conceição Borges, é que as vendas por meio da internet permaneçam, mas tem fé que quando as coisas voltarem ao normal, a feira possa voltar a acontecer de forma presencial.

“Do município de Feira de Santana são oito distritos envolvidos e mais de 20 comunidades. Mais de 50 famílias que participam direta e indiretamente da feira, mas também temos produtos de Irecê, região sisaleira, a chapada, oito municípios fornecem produtos para a nossa feira virtual. Outra coisa que a gente considera extremamente importante é a participação da juventude na organização e comercialização dos produtos da feira e essa valorização. Mesmo neste período de estiagem nunca faltaram os principais produtos de hortaliças. Feira de Santana está produzindo independente de ter chuva ou não, e toda essa produção vem dos quintais produtivos.”

A retirada de produtos acontece todas as quintas-feiraa na Rua Juvêncio Erudilho, nº 420, bairro Barroquinha. É Importante a reserva prévia dos produtos.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Chuvas

A chuva é uma importante aliada nessa produção, mas segundo a presidente do Sintrafs, houve um período de 15 dias em que parou de chover e muitos plantadores de feijão e milho perderam suas produções. Apesar das perdas, a zona rural continua apostando no sucesso da feira com a venda de outros produtos provenientes de culturas mais resistentes.

“A cada ano que passa o feijão e o milho se tornam uma produção de maior risco. Mas com a volta da chuva se cria uma esperança, porque para além de produção de feijão e milho, a gente já tem uma diversidade de culturas, que são até mais resistentes ao período do sol. E para esse período temos as hortaliças e cajá.”

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.

 

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