Segundo estimativas de Cláudio Tinoco, presidente da Saltur (empresa municipal que organiza o Carnaval de Salvador), a festa deste ano deve movimentar cerca de R$ 1 bilhão, além de criar 215 mil postos de trabalho, em mais de 40 setores, entre públicos e privados.
Para a festa, o governo do Estado, que anunciou investimentos para a folia na última sexta-feira, e a prefeitura, juntos, investiram cerca de R$ 80 milhões, em torno de R$ 5 milhões a mais que no ano passado. Com o Imposto sobre Serviços (ISS, municipal) e o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS, estadual) cobrados desde janeiro, somente a prefeitura espera arrecadar R$ 81 milhões, diz Tinoco.
Os números são baseados na folia de 2009 e continuam a movimentar a economia com o que a cidade tem de melhor a oferecer: consumo e serviços. “Não há uma evolução representativa de 2009 para cá. E há dez anos temos o mesmo conceito de geração de empregos e movimentação financeira”, diz o gestor.
O que tem crescido é o patrocínio, que este ano teve aumento de 87%, em comparação a 2009 – de R$ 7,5 milhões para R$ 14 milhões. A captação foi realizada pelo consórcio formado pelas agências OCP Comunicação e Mago.
A cota sênior pulou de R$ 1,8 milhão para R$ 3,1 milhões. Governo do Estado, Itaú, Petrobras e a marca Nova Schin, que completa dez anos no Carnaval de Salvador, são os maiores investidores.
O aumento do patrocínio, conforme Tinoco, atende à pretensão do município de diminuir, a cada ano, os gastos com a festa. Em 2010, o total de investimentos é de R$ 30 milhões, sendo R$ 14 milhões dos patrocinadores, enquanto no ano passado o valor aplicado permaneceu o mesmo e o patrocínio foi menor. “Sem dúvida vai haver uma economia e a Saltur acaba assumindo outros encargos”, continua Tinoco.
O diretor da OCP, Antônio Barreto Júnior, explica que o aumento de patrocínio se deve à extensão de propriedades de merchandising para os seis bairros onde ocorrerá a festa, que são Liberdade, Cajazeiras Periperi, Itapuã, Plataforma e Pau da Lima. Além disso, os patrocinadores ganham mais destaque por meio da adoção de uma identidade visual diferenciada na cidade, adotando a cor (pantone) laranja. “Como a onda das empresas é investir na classe c emergente, elas não pensaram duas vezes para adquirir as cotas sênior”, afirma o publicitário.
Investiram, ainda, a marca Samsung, com cota no valor de R$ 1 milhão, e as cotas de apoio no valor de R$ 100 mil ficaram com Shopping Iguatemi, revista Contigo, rádio Transamerica FM e o SBT. As agências ficam com 20% do total arrecadado.
Do montante investido pelo Estado, R$ 10,5 milhões vão para o setor de turismo, que espera para o Carnaval mais de 500 mil turistas.
Impostos – Conforme o presidente da Saltur, os R$ 81 milhões arrecadados pela Prefeitura de Salvador com o ISS são resultados de uma série de investimentos e empreendimentos feitos desde dezembro do ano passado no setor de turismo e eventos. Do montante, R$ 6 milhões são da receita pública municipal direta do Carnaval, com a cobrança de ISS dos camarotes e blocos, mais as taxas sobre a publicidade e os licenciamentos para a festa.
Tinoco conta que o dinheiro arrecadado pode ser aplicado em diversos setores da prefeitura: “A receita gerada pelo Carnaval é diluída no orçamento do município e não é possível especificar no que foi aplicada. Sabemos apenas que 25% devem ir para a Educação e 15% para a Saúde”.
Informações do A Tarde