Dom Itamar Vian

Como viver o Jubileu?

O Jubileu é um tempo de misericórdia, de alegria, de paz e de muitas graças

Terço na igreja
Foto: Freepik

Estamos celebrando o Ano Jubilar de 2025, ou seja, dois mil e vinte e cinco anos do nascimento de Jesus. O primeiro jubileu da história aconteceu no ano de 1300, com o Papa Bonifácio VIII. Daí em diante, passou a ser celebrado de 50 em 50 anos. Depois, de trinta em trinta anos e, atualmente, é celebrado de 25 em 25 anos. Como viver bem esse Ano Jubilar?

O JUBILEU é um tempo de misericórdia, de alegria, de paz e de muitas graças. Ele nos ajuda na busca da reconciliação conosco mesmos, com o meio ambiente (nossa Casa Comum), com os outros e com Deus. Nem todos nós vivemos bem na família, com os parentes, com os vizinhos e na comunidade. Constatamos, em alguns ambientes, ódio, violência e falta de diálogo. Jubileu é tempo de perdão e Deus sempre nos perdoa. Por isso, também nós devemos perdoar as pessoas que nos ofendem e caluniam.

A VIDA É a arte de escolher e nós somos responsáveis pelas nossas escolhas. Nem sempre fazemos o bem. Os erros, as falhas e os pecados fazem parte da nossa história. Porém, nas páginas do Evangelho, encontramos a certeza de que é possível recomeçar: o surdo recupera a audição, o mudo começa a falar, o paralítico anda, o morto volta à vida e à mulher adultera é devolvida a dignidade. Não podemos voltar no tempo, mas sempre é possível recomeçar.

DURANTE o Jubileu, a Igreja convida os fiéis a participarem de peregrinações, preces, obras de misericórdia e receberem indulgências plenárias. As indulgências são graças que a Igreja concede, em virtude dos méritos de Cristo, da Virgem Maria e dos santos para que possamos nos arrepender de todos os pecados, conhecer e viver a Palavra de Deus, os ensinamentos da Igreja e crescer na santidade.

TODOS os jubileus tem um tema especial. Para esse Jubileu de 2025, o Papa Francisco escolheu o tema: Peregrinos de Esperança. O mundo de hoje precisa de mais esperança. E a esperança cristã não é passiva, isto é, ela não torna as pessoas acomodadas e sem espírito de luta na busca de um mundo melhor. Pelo contrário, é uma esperança que nos tira do comodismo, nos leva a assumir nossa vocação e praticar gestos concretos de solidariedade com todos.

A PESSOA de esperança sabe viver o presente com seu olhar voltado para o futuro. Isso porque a esperança projeta nossa vida para frente, nos faz caminhar, perder o medo e, consequentemente, somos Peregrinos de Esperança. Ela é a Estrela Guia na estrada da vida que nos indica o caminho para encontrarmos Jesus. Que durante esse Ano Jubilar possamos semear alegria, perdão e misericórdia, porque a “esperança nunca decepciona” (Rm 5,5).

Dom Itamar Vian
Arcebispo Emérito
[email protected]

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