Manifestação

Bolsonaro lidera ato na Paulista com pedido de anistia aos condenados do 8 de janeiro

O ato pedia a anistia aos envolvidos no 8/1, o maior ataque às instituições da República desde que o Brasil voltou a ser uma democracia.

Bolsonaro
Foto: Reprodução / Redes Sociais

Apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) participaram de um ato na Avenida Paulista, no Centro de São Paulo, na tarde deste domingo (6), convocado pelo ex-presidente. A manifestação pedia a anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro em Brasília, o maior ataque às instituições da República desde que o Brasil voltou a ser uma democracia.

Além de Bolsonaro, estavam presentes na manifestação o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); o de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo); o do Paraná, Ratinho Junior; o do Amazonas, Wilson Lima; o de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil); o de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil); e o de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL).

Parlamentares e outras autoridades, como o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, também participaram do ato.

A manifestação reuniu cerca de 44,9 mil pessoas, segundo a metodologia utilizada pela Universidade de São Paulo (USP) em parceria com o Cebrap e a ONG More in Common, que consiste em usar imagens da multidão, capturadas por drones.

A contagem foi feita no momento de pico da manifestação, às 15h44, a partir de fotos aéreas analisadas com software de inteligência artificial. Entenda aqui como foi feito o cálculo.

Há 3 semanas, uma outra manifestação, no Rio de Janeiro, também convocada por Bolsonaro e aliados, reuniu cerca de 18,3 mil pessoas, segundo a mesma metodologia.

Como foi o ato

O protesto começou por volta das 14h com uma oração puxada pela deputada federal Priscila Costa (PL-CE), vice-presidente do PL Mulher.

Houve discursos em defesa do projeto de lei em tramitação na Câmara que concede anistia a condenados pelos atos antidemocráticos. O vice-presidente da Câmara, Altineu Côrtes (PL-RJ), afirmou haver uma articulação forte para colocar o texto em votação.

Em vários momentos, foram feitas críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), como na fala do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que chamou os ministros de “ditadores de toga”.

Do alto do trio, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro pediu uma “anistia humanitária” aos condenados pelos ataques às sedes dos Três Poderes.

Segurando um batom na mão, ela saiu em defesa da cabeleireira Débora Rodrigues Santos, presa por ter pichado com um batom a estátua “A Justiça”, em frente ao STF em Brasília.

Vários manifestantes, vestidos de verde e amarelo, também levavam nas mãos batons e alguns até batons infláveis em referência ao caso da pichadora, que virou símbolo da direita no seu discurso de que sofre perseguição. O PL já cogita lançá-la a deputada no ano que vem.

Débora é ré no STF não só pela pichação com os dizeres “perdeu, mané”, mas também por ter aderido, segundo a Procuradoria-Geral da República, ao movimento golpista desde o fim das eleições de 2022. Ela é suspeita também de apagar provas, obstruindo o trabalho de investigadores e da Justiça.

Discurso de Bolsonaro

Por volta das 15h40, Jair Bolsonaro discursou e pediu anistia para os presos pelos atos golpistas. Fez críticas ao STF e ao presidente Lula. Ao defender o seu governo, elogiou a sua equipe econômica na época, citou a criação do PIX entre os feitos da sua gestão e afirmou ter havido uma “interferência” que fez mudar o resultado final das eleições de 2022.

“Sabíamos o que estávamos fazendo, mas, lamentavelmente, a pressão foi enorme, inclusive, de fora do Brasil, mas temos esperança”, afirmou.

O ex-presidente lembrou ainda quando viajou aos Estados Unidos dias antes do fim do seu mandato. Ele disse que “o golpe deles só não foi perfeito” porque no dia 30 de dezembro de 2022 ele saiu do país. “Algo me avisou”, afirmou, acrescentando que, se estivesse no Brasil em 8 de janeiro, teria sido preso “e estaria apodrecendo até hoje ou até assassinado”.

Bolsonaro também citou o filho Eduardo Bolsonaro, que se licenciou do mandato de deputado federal e se mudou para os Estados Unidos alegando perseguição política.

“Tenho esperança que de fora venha alguma coisa para cá”, afirmou, acrescentando que Eduardo “tem contato com pessoas importantes do mundo todo e está lá nos EUA”, mas sem dar detalhes. Um dos aliados de quem a família Bolsonaro busca apoio é o presidente americano, Donald Trump.

O ex-presidente criticou ainda o fato de estar inelegível por ter apenas “se reunido com embaixadores”, mas disse que “eleições em 2026 sem Jair Bolsonaro é negar a democracia, é escancarar a ditadura no Brasil”.

Em junho de 2023, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) condenou Bolsonaro à inelegibilidade por 8 anos, por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.

A Justiça Eleitoral entendeu que a reunião com embaixadores estrangeiros, no Palácio da Alvorada, teve uso eleitoral. No encontro, Bolsonaro fez afirmações sem provas sobre o sistema eleitoral brasileiro. O encontro, ocorrido em julho de 2022, foi transmitido pela TV oficial do governo. Com a decisão, a Corte Eleitoral determinou que o ex-presidente fique fora das urnas por 8 anos, até 2030.

Bolsonaro é réu por tentativa de golpe

No mês passado, a Primeira Turma do STF decidiu por unanimidade tornar réus o ex-presidente Bolsonaro e mais sete aliados por tentativa de golpe em 2022. Os cinco ministros votaram para aceitar a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Agora, os acusados passarão a responder a um processo penal — que pode levar a condenações com penas de prisão. Esses oito nomes compõem o chamado “núcleo crucial” da tentativa de ruptura democrática, segundo a PGR.

Maioria dos brasileiros é contra anistia

Pesquisa Quaest divulgada neste domingo mostra que 56% dos brasileiros são contrários à anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2022, enquanto 34% defendem que o grupo seja solto (ou porque a prisão nem deveria ter ocorrido, ou porque já está preso há tempo demais). O restante (10%) não sabia ou não respondeu.

O levantamento, encomendado pela Genial Investimentos, considerou as respostas das 2.004 pessoas entrevistadas, entre 27 e 31/03. O nível de confiabilidade é de 95%, e a margem de erro, de 2 pontos.

Fonte: g1

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Dilton e Feito

Dilton Coutinho, fundador do Acorda Cidade, é um radialista renomado com mais de 20 anos de experiência na cobertura jornalística. Ele construiu uma carreira sólida marcada por sua dedicação à verdade e ao jornalismo ético. Atuando em diversos veículos de comunicação, Dilton ganhou reconhecimento por sua habilidade em abordar temas complexos com clareza e profundidade. Sua paixão por informar o público e sua integridade profissional fazem dele uma referência no jornalismo contemporâneo.

Dilton Coutinho, fundador do Acorda Cidade, é um radialista renomado com mais de 20 anos de experiência na cobertura jornalística. Ele construiu uma carreira sólida marcada por sua dedicação à verdade e ao jornalismo ético. Atuando em diversos veículos de comunicação, Dilton ganhou reconhecimento por sua habilidade em abordar temas complexos com clareza e profundidade. Sua paixão por informar o público e sua integridade profissional fazem dele uma referência no jornalismo contemporâneo.

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