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Primeiro secretário de Comunicação no tempo do prefeito Colbert Martins que criou a secretaria e titular da secretaria de Cultura, quando instituiu o Natal Encantado de Feira de Santana, já no tempo do prefeito José Ronaldo, o jornalista Jailton Batista se revela um grande escritor. Sua nova obra – O Filho da Madre, que será lançado na próxima sexta-feira (22) é baseado na vida do ex-prefeito Joselito Amorim, cujo “enredo de vida se confunde com uma obra de ficção”. Veja o que diz Jailton sobre o livro (Adilson Simas)
O FILHO DA MADRE – NOTA DO AUTOR
O filho da madre é um livro inteiramente baseado na vida de um personagem às vésperas de completar 100 anos de idade: o professor de Matemática e político baiano Joselito Falcão de Amorim, cujo enredo de vida se confunde com uma obra de ficção, tão fascinantes quanto inacreditáveis foram os episódios que se desdobraram em quase um século de existência.
Fruto de uma única noite de amor de uma jovem descendente de uma sólida aristocracia com um alemão importador de tabaco, com poucos dias de nascido ele foi entregue a uma pobre lavadeira para que a ele desse um sumiço – ou um destino.
A vida, contudo, foi lhe bafejando com lances inacreditáveis de sorte, e ele se tornou um reconhecido professor de Matemática e um político vitorioso, amigo do general Castelo Branco, alcançando o cargo de prefeito da segunda maior cidade da Bahia, Feira de Santana, além de presidente do Tribunal de Contas do Estado, diretor de importante empresa estatal eum militar de carreira vertiginosa.
A sua mãe, a jovem Deolinda Falcão, aos vinte anos de idade, depois de dar à luz, foi mandada ao desterro de um convento, morrendo poucos anos depois supostamente de depressão, por não suportar a clausura.
O pai de Joselito foi o senhor… Bem, aí é onde o autor introduz a ficção, que se estende ao universo de Bertolina, a velha engomadeira. Na impossibilidade de levantar precisamente em Salvador, Feira de Santana e Hamburgo, na Alemanha, a verdadeira identidade do alemão que em 1918 foi recepcionado no palacete do senhor Manoel Ribeiro Falcão e com sua filha se deitou uma noite, acabei arranjando um pai fictício para ele.
Na lista de passageiros alemães que desembarcaram no porto de Salvador naquele ano não era possível deduzir qual deles viera fazer negócios com o exportador de tabaco, pois os nomes de suas companhias não eram registrados. Além disso, os documentos oficiais da velha firma Ribeiro Sr. Falcão desapareceram.
Poderia ter investigado mais sobre os negócios do senhor Falcão em Bremen e Hamburgo, para onde exportava frequentemente seu fumo, mas como não sou historiador e tinha pressa, restringi meu interesse em torno da madre Deolinda Falcão e seu fruto proibido.
A negra lavadeira que recebeu a incumbência de dar-lhe um fim, também não tem sua identidade verdadeira, pois seu nome foi esquecido pelos pais que o adotaram e pelo próprio Joselito Amorim. Contudo, seu endereço e sua pobre vida existiram no bairro Tanque do Urubu, na periferia de Feira de Santana, Bahia.
Fora isso e a licença que o escritor tem para construir sua obra, tudo o mais foi baseado em fatos reais, levantamentos históricos, longas entrevistas com o professor Amorim, viagens exploratórias a Hamburgo e Frankfurt e depoimentos de muitas pessoas vinculadas por laços de família ou afinidade aos personagens do romance.
Naturalmente, a narrativa está eivada pela fantasia do autor, especialmente na construção dos cenários. Exceto o sr. Kurt Wilhelm Rudolf, Elga, sua esposa, seu amigo Heinz Schreder, Bertolina, a negra Berta, e a madre Maria Gorete, os nomes das demais pessoas que aparecem em “O filho da madre” são todos reais