Acorda Cidade
O Museu Casa do Sertão, entidade da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), participa, neste mês de novembro, das atividades relativas à Consciência Negra, levando ao público a exposição virtual ‘Os paramentos de mão dos orixás’, de autoria do artista plástico José Arcanjo de Carvalho Macedo.
Em formato de vídeo, a exposição será disponibilizada no YouTube, em Museu Casa do Sertão, a partir das 15h desta quinta-feira (19).
Com a iniciativa, o Museu Casa do Sertão oferece programação especial alusiva à valorização do patrimônio cultural afro brasileiro. A atividade integra as ações da Pró-Reitoria de Políticas e Ações Afirmativas (Propaae) da Uefs, que articula, no âmbito virtual, discussões sobre o papel das universidades enquanto espaço de luta, resistência e emancipação.
José Arcanjo é premiado artista plástico, ator, diretor teatral e professor da rede pública de ensino. Ele transpõe, por meio da sensibilidade estética, os resultados de pesquisa de mestrado defendida com louvor em 2008, junto ao Programa de Pós-Graduação em Desenho Uefs, como registro dinâmico em formato expositivo virtual, pautando, no Novembro Negro da Universidade, a diversidade de vivências e costumes que são encontrados na exteriorização da fé e da religiosidade de matriz africana.
Difusão de aprendizados
Arte e religião, tradição e contemporaneidade, estas são palavras-chave contidas no cuidadoso estudo científico e afetivo da dissertação sob o título ‘Os Paramentos de Mão dos Orixás’, orientado por Marise de Santana e Edson Dias Ferreira. Ao abordar a festa de santo enquanto dramatização ritual das narrativas míticas, em seus laços diaspóricos, busca analisar interpretativamente, os elementos de mão ostentados na ritualística dos orixás e suas funções utilitárias, formais, semiológicos e estéticas – da preparação artesanal, sacralização até a integração plástica aos ritos.
Como forma de difusão dos aprendizados sobre a memória visual dos objetos sagrados do contexto religioso do candomblé em Feira de Santana, a pesquisa foi publicada no livro de título homônimo em 2013, e levou ao público discussões de grande interesse. No trabalho, foi sinalizado um vasto campo de leitura a se desdobrar, conforme explícita convocação à condição de produtores de conhecimentos sobre a relação rito/mito do complexo cultural – fé, conduta, história, filosofia, música, dança, canto, recitação, culinária, indumentárias, paramentos, decoração, artesanato, dentre tantos outros aspectos que engendram o candomblé.