Acorda Cidade
O Museu Casa do Sertão, entidade da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), oferece à comunidade mais um espaço de valorização da diversidade étnico-cultural. Trata-se do Centro de Memória dos Povos Indígenas do Nordeste, inaugurado terça-feira (29), que pretende reunir, periodicamente, diferentes manifestações, com suas culturas, realidades territoriais e simbolismos.
Nesta primeira etapa, o Centro de Memória realiza a exposição ‘Indígenas do Nordeste: Cultura, Identidade e Resistência’, de autoria da artista visual Hortência Sant’Ana, estudante do curso Licenciatura em História. A mostra apresenta um recorte da cultura de dez etnias de discentes indígenas da Uefs: Atikum, Fulni-ô, Kaimbé, Pankará, Truká, Pankararé, Pankararu, Tumbalalá, Tupinambá de Olivença e Tuxá.
A exposição fotográfica tem a curadoria da professora mestre Patrícia Navarro, do Departamento de Ciências Humanas e Filosofia da Uefs, coordenadora do projeto ‘Antropologia dos Povos Indígenas’, desenvolvido em parceira com a Pró-Reitoria de Extensão. A docente é idealizadora do Centro de Memória dos Povos Indígenas do Nordeste.
Foto: Hortência Sant’Ana
Muitos dos estudantes indígenas da Uefs ingressaram na graduação através das políticas de ações afirmativas. E, como parte das medidas de incentivo à permanência, a Instituição oferece, no campus, residência indígena para moradia até o término do curso, possibilitando a prática de costumes e rituais.
Identidades
No Nordeste brasileiro, conforme salienta a professora Patrícia Navarro, há cerca de 80 povos indígenas pertencentes a ecossistemas distintos entre si (caatinga, litoral, mata atlântica). “Os índios do Nordeste, como são designados de forma geral os povos indígenas habitantes desta região do Brasil, são portadores de diversas culturas e apresentam características fenotípicas que, muitas vezes, os tornam passíveis de serem confundidos com parcelas da população nacional, a exemplo de comunidades rurais”, explica.
Foto: Hortência Sant’Ana
A etnicidade destes povos é caracterizada, principalmente, por suas manifestações culturais como o Toré, o Praia e o Ouricuri, vivenciadas e, muitas vezes, incorporadas por outros povos indígenas como forma de reelaboração e afirmação da cultura. “Assim, o que distingue os povos indígenas do Nordeste são os símbolos que os instrumentalizam na afirmação e na expressão das suas identidades”.
Foto: Hortência Sant’Ana
Patrícia Navarro observa que, ainda no século 21, há o desconhecimento acerca dos povos indígenas do Brasil e de sua diversidade cultural. Quando da chegada do colonizador português, relembra, habitavam as terras brasileiras cerca de mil povos indígenas, o que correspondia aproximadamente 2 a 4 milhões de indivíduos. Este número foi reduzido e, hoje, existem no território apenas 234 povos que 180 falam línguas diferentes”.
Serviço:
O quê: Exposição Indígenas do Nordeste
Local: Museu casa do Sertão – Campus Universitário. Av. Transnordestina, s/n – Novo Horizonte, Feira de Santana – BA, 44036-900
Agendamento: Telefone: (75) 3161-8750 e 3161-8751
E-mail: [email protected]
Horário de visitação: Segunda a sexta-feira de 8h15 às 11h30 e das 14h15 as 17h30
Museu Casa do Sertão, 31/10/19