Feira de Santana

Museu Casa do Sertão apresenta catálogo virtual da artesã feirense Marilene Brito

O Catálogo com a coleção de esculturas da artesã feirense Marilene Brito retrata os desencantos do homem do campo, a problemática da seca com os retirantes expulsos pela estiagem prolongada.

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Para celebrar o Dia Internacional dos Museus (celebrado em 18 de maio), o Museu Casa do Sertão, entidade da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), apresenta parte do seu acervo, através de catálogo virtual da coleção Marilene Brito. O acervo está estritamente relacionado às populações do Nordeste brasileiro e, dessa forma, é de especial interesse tanto no que diz respeito à sua heterogeneidade, quanto pela sua beleza e riqueza, traço marcante da arte popular dessa região.

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Na contemporaneidade, os museus são compreendidos como instrumentos democráticos de inclusão sociocultural, de educação e de desenvolvimento local. As coleções museais, por sua capacidade de estimular debates e experiências diferenciadas, constituem-se em recurso de elevado potencial científico, político e cultural, e desta forma, devem ser aproveitadas pelas comunidades em que estão inseridas.

Ancorado na proposição da 19° Semana de Museus, cujo tema é ‘O futuro dos museus: recuperar e reimaginar’, o Museu Casa do Sertão intenta no exercício de novas possibilidades museais, circunscritas ao suporte tecnológico virtual de modo a dar continuidade à sua missão museológica de estímulo à reflexão e apropriação dos bens culturais, fundamentais à sociedade. Essas iniciativas advêm da compreensão de que “o devir museu está ancorado nas possibilidades de compreendê-lo, de pensar, intuir, sentir e agir com ele, de refletir criticamente por ele e com ele. É no aqui e agora que podemos reimaginar, transformar e construir os museus que queremos projetar no amanhã”.

Partilhando deste pensamento, o Museu Casa do Sertão apresenta o Catálogo com a coleção de esculturas da artesã feirense Marilene Brito, que retrata os desencantos do homem do campo, a problemática da seca com os retirantes expulsos pela estiagem prolongada. Marilene também contempla a fé, a história e a riqueza cultural, como danças de quadrilha e forró, além de destacar os mitos e lendas que compõem o cenário da cultura popular brasileira, como o Saci Pererê e a Mãe-D'água, Sereia Iara.

Difusão

A vivência com o atual cenário pandêmico e a eminente necessidade do distanciamento físico, projetam novos desafios para que as instituições museológicas cumpram a missão de estímulo à apropriação de memórias e bens culturais sob sua guarda. Neste sentido que a proposição do Instituto Brasileiro de Museus de celebrar o Dia Internacional dos Museus refletindo sobre o seu futuro, a maneira de ser e estar no mundo, reimaginada pelos avanços e recursos tecnológicos, se esboça como valorosa oportunidade de difundir no espaço virtual, um enfoque sobre o fazer cultural e artístico da artesã feirense Marilene Brito.

Este registro transcendem visões simplistas de compartilhamento de conteúdo, com vistas a alçar complexos ideais, como o de se pensar o fenômeno museu de suas portas para fora, do exterior e do interior que o caracteriza. Este registro nos convida a refletir e “enfrentar as barreiras daquilo que está secularmente musealizado, reinterpretar o passado, reparar os erros, rever memórias e reimaginar histórias”.

O presente painel reflexivo sobre a obra de Marilene Brito é fruto de um inusitado intercâmbio entre as peças da artista e o trabalho de pesquisa elaborado pelas estudantes de graduação da UEFS Adrielle Mota, Darlene Moreira e Tayla Carize, bolsistas do Museu Casa do Sertão que sob supervisão da museóloga Joseane Macedo da Silva, buscam nas tessituras legíveis, alçar campos de leituras sensíveis e singulares.

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