Mês das Noivas

Mês das Noivas: maio ainda é um período ideal para casar?

Seja anônimo ou famoso, o período ainda é estimado, principalmente pelas noivas.

Foto: Davi Domingos
Foto: Davi Domingos

Conforme o dicionário, o casamento é a união voluntária entre duas pessoas que desejam ou não constituir família. Em geral, o momento é marcado por celebrações simples ou não, entre os direitos legais e religiosos que reúnem a família e amigos para comemorar o amor, o compromisso e a responsabilidade entre o casal. Influenciado pelo período que se comemora o mês das mães e por tradições da igreja católica, maio continua sendo um dos meses prediletos para concretizar o matrimônio, além disso, refresca a memória de quem quer casar, principalmente das noivas.

Tradições do tempo e de fé

Para entender precisamos voltar à história. A tradição surge no Hemisfério Norte que nos períodos entre março e junho estão passando pela primavera e por isso abandonam o clima frio e rigoroso, para abrilhantar o momento com flores e raios de sol. O Brasil recebeu muitas influências de outras partes do mundo em suas celebrações, inclusive dessa tradição. Maio ainda é lembrado como mês das noivas e do matrimônio, pelo clima agradável, entre o quente do verão e o frio do inverno e pelas datas do nosso calendário.

Outro preceito para explicar é a fé. De acordo com os ensinamentos da igreja católica, maio é o mês que se celebra a Virgem Maria, mãe de Jesus, por isso, comemora-se o mês das mães e o mês das noivas. As mais religiosas escolhem o sacramento pelas graças que a santa pode realizar ao interceder pelos noivos e pela família que se forma a partir daquele momento.

Foto: Instagram/Camilla de Lucas

Você provavelmente conhece outrem que se casou no mês de maio. Seja anônimo ou famoso, o período ainda é estimado, principalmente pelas noivas. Este mês, no mundo afora, selaram compromisso a ginasta americana Simone Biles, pela segunda vez com o jogador Jonathan Owens. A cantora australiana, Sia, casou com o namorado Dan Bernard na casa dos estilistas Stefano Dolce e Domenico Gabbana, em Portofino, Itália, em uma cerimônia íntima. No Brasil, entre as mais populares, este mês, a ex-BBB Camilla de Lucas, subiu a um altar luxuoso com o músico Mateus Ricardo, no dia 13 de maio, no Rio de Janeiro. Desde a participação no reality show, a influenciadora sempre deixou explícito o sonho de se casar, com todas as pompas tradicionais da celebração. Sonho realizado!

Foto: Instagram/Camilla de Lucas

Rua das Noivas

Em cada cidade há uma loja de noiva, se não tiver, tem em um município mais próximo. Na região de Feira de Santana, na Bahia, há muitas que querem celebrar a união neste período e encontram por aqui, não somente uma loja, mas o ‘Beco das Noivas’, localizado na rua Conselheiro Ruy Barbosa. O lugar tem mais de 20 lojas, e há ainda outros estabelecimentos em ruas vizinhas, que vendem e alugam vestidos, sapatos, acessórios e demais produtos para se celebrar um casamento.

Foto: Jaqueline Ferreira/Acorda Cidade

Trabalhando há 10 anos na produção de casamentos, Juliane Lima, proprietária da Cinderela Noivas, falou sobre a queda de vendas durante este período. “Esse mês das noivas é um mês mais fictício, na verdade a gente vê que no mês das noivas dá uma queda de movimento à procura de casamento, de festa, por ser um mês que é tão falado, eu acho que os clientes acham que está tudo caro”, diz. Ela ainda informa que há muita promoção neste mês justamente pela baixa procura.

Foto: Jaqueline Ferreira/Acorda Cidade

Popularmente conhecida como Denize, a veterana da rua, Ildenize Santiago, co-proprietária da Styllus a Rigor explica que os meses de maior movimento são dezembro, janeiro e fevereiro pela maior organização financeira ao longo do ano. “O melhor mês foi janeiro, porque já está saindo do dezembro que é um movimento maior, então as noivas estão casando em janeiro, fevereiro, eu acredito que seja por causa do décimo (terceiro salário); vem vestido de noiva, buffet, espaço, bolo, então acaba acarretando um valorzinho maior e as pessoas hoje estão procurando se organizar mais com o décimo”.

Foto: Jaqueline Ferreira/Acorda Cidade

Há 14 anos na rua das noivas, Denize traz a sua experiência para explicar os gostos que as noivas da região mais aderem. “É um vestido que não tem nada. Vou dar assim um vestido solto, um estilo. Estilo uma camisola sem nada. Um cetim. Eu não digo que essa seja a tendência porque assim, cada noiva tem o seu perfil e eu te garanto que o tradicional ainda vence e ganha muito, é o carro chefe. Seria o vestido branco, rodado, com véu e mantilha”, concluiu.

Foto: Jaqueline Ferreira/Acorda Cidade

Andrea Costa, que também trabalha na rua, proprietária da loja Nubia Sonhos e Festas, conta os serviços que são oferecidos e destaca a realização de produzir as noivas, que são a maioria da clientela. “Envolve sonhos. É de suma importância como que elas estarão vestidas, pessoas que sonham desde menina, então assim o vestido, a produção da noiva, o adereço que ela vai colocar no cabelo, o que ela vai calçar, aqui a gente presta todo esse serviço de como ela estará trajada nesse dia tão importante”.

Foto: Jaqueline Ferreira/Acorda Cidade

“Feira é um polo, tenho vários clientes de Salvador, da circunvizinhança, do recôncavo. Clientes de Santo Amaro, Irará, Riachão. Tem coisas que estão lançando fora do país e estão chegando aqui em Feira” diz Andrea.

Ela também conta das novas relações do cotidiano que interferem diretamente na produção do ramo. “Agora está tendo também uma grande novidade, que é a relação homoafetiva. Tem crescido bastante a união entre esse tipo de público. Mas no geral são as mulheres, que buscam o vestido, o traje; e como sempre, branco continua sendo o chefe da lista” explica.

Casamento Homoafetivo

A união entre pessoas do mesmo gênero ainda não está na lei brasileira. Em 2011, o Supremo Tribunal Federal (STF) modificou o consenso do Código Civil referente ao conceito de família e reconheceu o direito de união estável entre casais do mesmo sexo, proporcionando aos mesmos direitos previstos na Lei de União Estável para casais heteroafetivos. Apesar dos avanços propostos pela decisão do STF e pela Resolução nº 175, o casamento homoafetivo ainda não é regulado por uma legislação específica e permanece fora da Constituição Federal e do Código Civil Brasileiro, que permite apenas a união entre casais heterossexuais.

A Noiva

Foto: Arquivo pessoal

Iasmim Santos, casou-se no dia 6 deste mês com seu amado, Ighor Simões. Ela é membro da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias – conhecida como Igreja dos Mórmons e contou como escolheram a cerimônia. “Eu e meu esposo, Ighor, que também é membro da Igreja, decidimos fazer uma cerimônia simples de casamento civil na capela, a fim de incluir alguns de nossos familiares e amigos mais próximos, pois no templo, o casamento que chamamos de “selamento de marido e mulher” é realizado de forma mais reservada e sagrada, e somente membros da Igreja que se prepararam para entrar na Casa do Senhor podem estar presentes”.

Foto: Arquivo pessoal

A noiva explica que apesar de ter sido uma cerimônia numa capela da Igreja, ela teve apenas efeito civil. “Nossa próxima etapa será realizar o selamento no templo. Até o momento, o templo mais próximo de Feira de Santana está em Recife, Pernambuco, e em breve estaremos lá”.

Foto: Arquivo pessoal

A também jornalista explica que apesar de ter sido um momento mais íntimo, foi cansativo dar conta da documentação, questões de organização da festa, mas que teve ajuda do noivo, amigos e familiares. “Há um bom tempo já estávamos planejando dar esse passo, então queríamos escolher uma data ainda no primeiro semestre deste ano. Quando decidimos que iríamos nos casar em maio, não foi por conta de ser um mês conhecido como “o mês das noivas”, mas porque entendemos que era o tempo certo para o nosso sonho acontecer” diz Iasmim.

Foto: Arquivo pessoal

1º Chá de Noivas

Foto: Davi Domingos

No mês passado, aconteceu na loja Fabiana Galvão, localizada na Rua São Francisco de Assis, 859, Santa Mônica, o 1º Chá de Noivas do estabelecimento. A dona da marca trabalha no ramo há 17 anos, desde a alta costura até a produção de toda a cerimônia. Ela nos conta que sua primeira noiva foi ela mesma e partir daí não parou mais. Conhecida na região pela produção dos casamentos, mas principalmente das noivas, ela explica o objetivo do evento.

“Sempre fiz grandes desfiles para mostrar as coleções de vestidos de festa e noiva, mas sempre tive vontade de fazer algo mais intimista, voltado apenas para o público de noivas, então planejamos nosso 1º Chá de Noivas, e foi um grande sucesso, de proporções pequenas, mais centralizado nesse público, a fim de mostrar nossa loja, nosso trabalho, minha equipe, e fornecedores parceiros, com amostra de convites, bolos, doces, sandálias, boa música e bons serviços”.

Foto: Davi Domingos

Para ela, setembro é o mês de maior demanda. “Setembro é o mês mais forte, marcado pelo início da Primavera, abre-se uma temporada de casamentos que se estende até janeiro, principalmente porque atualmente em nossa região as noivas preferem casamento de proposta mais rústica em espaços abertos com pôr do sol, além do custo benefício com preços de flores”, explica.

O começo de um sonho maior

Casar dá trabalho, mas é a realização de um sonho. Quem tem esse sonho, possui o desejo de se unir a alguém, se dispõe a viver e conviver com o outro, para enfim, se for do desejo dos envolvidos, dar continuidade ao seu legado que são os filhos, a família e laços que foram construídos ao longo dos anos. Existem noivas românticas, as atuais, outras mais intimistas, as que gostam de algo mais simples, as noivas tradicionais, mas o que todas querem mesmo é um casamento respeitoso, duradouro e feliz.

Nas palavras da noiva Iasmin, “um bom casamento deve existir parceria entre os cônjuges, e sobretudo com o Criador. Além disso, o respeito, a comunicação sincera, a paciência, a fidelidade, altruísmo dentre outros princípios devem ser cultivados constantemente na relação” concluiu a noiva.

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