Acorda Cidade
A escritora Érica Azevedo ainda era adolescente quando ensaiou escrever seus primeiros poemas. Levou tempo até perceber seu talento e o poder transformador da palavra. Hoje, como professora do ensino médio, não sai da sala de aula sem provocar os alunos com uma poesia. Com a certeza de quem não vive mais sem a escrita, ela se prepara para lançar seu quarto livro solo na Festa Literária de Santo Estevão (Flise), que acontece entre os dias 4 a 6 de setembro. “Escrever para mim é tão necessário quanto beber água e comer. É uma necessidade quase física. Não me vejo sem a escrita. É minha maneira de não enlouquecer”, define a autora.
Cata-vento de Sonhos é seu mais novo livro, que será lançado no dia 06, às 18h30. “Este livro foi lançado na Flip, em Parati. Estou ansiosa para trazer o cata-vento para casa e apresentá-lo na minha cidade”, brinca. Cinquenta poemas sobre temáticas diversas estão divididos em três partes. Os textos curtos e ricos em metáforas revelam a sensibilidade de quem desnuda-se ao brincar com as palavras.
Quem também rabiscou os primeiros escritos na adolescência foi o conterrâneo Edson Oliveira. “Mas eu tardei para me assumir enquanto poeta”, confessa o professor de Literatura Espanhola e Latino Americana da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs). Aos 37 anos, Edson lança seu primeiro livro solo."Quando o girassol repousa sobre a noite" será apresentado ao público da Flise, no dia 04, a partir das 19h30.
Incentivado pela produção literária do grupo que faz parte, intitulado O Sarau e que reúne 12 poetas locais, Edson se encorajou para apresentar seus 60 poemas, divididos em quatro atos. “Um deles traz sete poemas sobre o mar, que nunca foi uma concretude para mim. O mar nunca foi uma geografia possível, mas sempre esteve envolto em um enorme desejo”, conta. O livro de estreia tem também poemas viscerais, de forte carga dramática, textos que versam sobre a ânsia do tempo futuro e sobre questões existenciais, de pertencimento no tempo e no espaço.