Agenda Cultural

Festa Literária de Aratuípe movimentou região baixo-sul baiano

A segunda edição da FLITA movimentou a região do baixo-sul entre os dias 18 a 20 de novembro.

Foto: Ascom
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A cidade de Aratuípe, localizada a 86 quilômetros da capital baiana, teve suas escolas, auditórios, praças e ruas ocupadas por uma vasta programação de atividades gratuitas, como palestras, rodas de conversa com escritores, oficinas, lançamento de livros, saraus e performances artísticas e musicais. A segunda edição da Festa Literária de Aratuípe (FLITA), movimentou a região do baixo-sul entre os dias 18 a 20 de novembro.

“Meu coração transborda de alegria em ver a literatura ganhar formas, tons e sabores nos quatro cantos do nosso município, de uma maneira tão grandiosa. Ver os saberes envolvendo a comunidade, vendo a escola ali, diante de todos, sem paredes ou muros é de enorme contemplação… Nosso povo merece muito mais e me tomo de emoção em saber que estamos proporcionando esperança para nossa gente com a troca de conhecimento magnífica que vivenciamos esses dias. FLITAMOS!”, celebra entusiasmado o secretário de educação de Aratuípe, Anderson Passos.

A Flita nasceu de um sonho e da certeza de que educação e cultura são indissociáveis. “O projeto tem como objetivo promover a democratização da arte e cultura, despertar a fruição artística e fomentar o letramento literário em Aratuípe que, como outras cidades do interior, não dispõe de cinema e teatro, por exemplo. Mas, tem gente. Gente que faz arte, gente que gosta de arte”, explica a professora, poeta e curadora do evento, Meg Heloise.

No Espaço Tabatinga, além da programação infantil, foram realizados saraus, apresentações culturais, performances e conversas-ensinamentos. Destaca-se o bate papo “Encantos da Leitura”, com a escritora mirim Luiza Meireles e o também escritor mirim Yalle Tárique, mediado pela educadora e também escritora Márcia Mendes.

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O auditório municipal foi também palco de ricas trocas. Na mesa de abertura “Narrativas da Diferença: literatura, memória e identidade”, os escritores Edinélia Souza e Wesley Correia mobilizaram reflexões sobre história e memória. Denunciando o racismo estrutural, Hamilton Borges e Lande Onawale convocaram ao aquilombamento, uma estratégia para driblar a necropolítica. Em coro, o auditório entoou os versos do poeta José Carlos Limeira: “Se Palmares não vive mais, faremos Palmares de novo”, no final da mesa “Vozes Insurgentes: denúncias e dribles à necropolítica”, mediada por Bruno Máriston.

A mesa “Quantas tantas: escrita feminina na literatura contemporânea”, reuniu um quarteto de mulheres potentes – Luciany Aparecida, Clarissa Macedo, Rita Santana e a mediadora Jacquinha Nogueira – para falar sobre como suas escritas reverbera em outras mulheres. O último dia do evento foi marcado pela presença do jornalista e escritor Ricardo Ishmael, que abordou a necessidade de obras literárias voltadas para o público infantil que abarquem discussões sobre subjetividades, identidades e diferenças. Na conferência de encerramento, Lívia Natália falou sobre como a escrita não está apartada da identidade.

Entendendo, como sugere bell hooks, autora feminista e antirracista estadunidense, que “é preciso fazer do aprendizado um paraíso”, as atividades da FLITA foram iniciadas no chão das escolas, ainda no primeiro semestre. Através do projeto Literatura em Rede, foram realizadas atividades integradas ao currículo, como oficinas de produção, saraus e encontros com escritoras. “Destacando o veio didático-pedagógico de eventos culturais como as festas literárias, mobilizamos a comunidade escolar e local. Assim, a programação da FLITA garantiu o protagonismo de estudantes, professores e professoras da rede municipal”, destaca o secretário de educação Anderson Passos.

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Compondo a programação, além de lançamentos de livros e apresentações culturais, os três dias do evento foram encerrados com música. Shows, como o de Sued Nunes, renovaram as energias de quem participou da FLITA. “A cidade inteira se preparou para ser a FLITA. Acolhemos um público diverso, de diferentes cidades do Baixo Sul e Recôncavo, colorindo as ruas da cidade”, celebra a curadora do evento, Meg Heloise.

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