Feira de Santana

Feira do Livro: abertura da 16ª Flifs destaca a importância do festival para a popularização da cultura no estado

Neste ano a Flifs tem como tema o Bicentenário da Independência da Bahia e homenageia também Juraci Dórea e Chico Pedrosa.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Após uma manhã e tarde repletas de atividades e visitantes, na Praça Padre Ovídio (Praça da Matriz), a 16ª edição do Festival Literário e Cultural de Feira de Santana (Flifs), também conhecida como Feira do Livro, foi oficialmente aberta, com uma solenidade no início da noite desta terça-feira (26).

A Flifs é um evento cultural que, a cada ano, se consolida como um dos mais importantes do estado da Bahia, no segmento. Além disso, ela foi pioneira, são 16 anos de existência que inspiraram outros festivais como a Flica, em Cachoeira, Fligê, em Mucugê, e Flipelô, no Pelourinho. Com o intuito de fomentar o hábito da leitura e valorizar a cultura regional, a Flifs oferece uma programação diversificada que agrada a todas as idades.

Flifs
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

É uma oportunidade única para mergulhar no mundo da literatura, conhecer novos autores, debater ideias e celebrar a riqueza cultural da Bahia. Com estandes de diversas editoras e livrarias, os visitantes têm a chance de adquirir obras dos mais variados gêneros e autores,e assistir apresentações artísticas, conversas com escritores, contação de histórias, recitais de cordéis e poesias, entre outras atividades.

Neste ano, a Flifs tem como tema o Bicentenário da Independência da Bahia e homenageia também o artista e arquiteto Juraci Dórea, e o mestre da poesia popular Chico Pedrosa.

A abertura

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
Rafael Andrade | Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

A abertura contou com a apresentação da cantora Célia Zaiin, que representando a heroína Maria Quitéria entoou o Hino da Independência da Bahia, acompanhada pelo jovem pianista e escritor Rafael Andrade, de 10 anos, que lançou um livro neste ano sobre prédios históricos de Feira de Santana. Ele disse ao Acorda Cidade que se inspirou no arquiteto Juraci Dórea e pesquisas realizadas sob o acompanhamento dos pais arquitetos. Rafael selecionou os prédios, pesquisou, estudou e ilustrou o próprio livro (saiba mais aqui).

Na abertura também houve o show da cantora Maryzélia. A programação segue até o dia 1º de outubro (confira a programação aqui).

Clélia Zaiin | Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Ao Acorda Cidade, Célia Zaiin falou da alegria de participar da solenidade de abertura.

“Haja coração! Foi uma emoção muito grande me apresentar na abertura da Flifls, festival que eu vi nascer e que deslancha tomando todas as cidades da Bahia. Pra gente é uma glória muito grande, e o que for para impulsionar essa cidade, para jogá-la para frente, para fazê-la avançar em nome respeito e cultura é tudo maravilhoso. Estar vestida de Maria Quitéria e poder cantar o Hino ao 2 de Julho é uma alegria muito grande, infelizmente é um hino que apenas 3% da população baiana conhece”, disse.

A cantora feirense explicou um pouco sobre o significado da letra do hino.

“Na verdade esse hino é um decreto, primeiro o compositor cumprimenta o sol que “cegou” os portugueses, então, “nasce o sol ao 2 de julho”, depois vem a segunda estrofe que saúda o filho homem, porque quando nascia um filho homem nas famílias era uma festa, então, “cresce o filho da minha alma para a pátria defender. Se os baianos soubessem, a gente nunca lutaria um contra o outro porque estaríamos nos defendendo contra outros invasores. Este hino tem uma mensagem lindíssima. Eu preciso cantar muito esse hino e falar sobre ele. Por último ele fala: “Salve o rei das campinas, de Cabrito ao Pirajá”. Quem foi o rei das campinas? São os índigenas. Perdemos dois caciques naquele momento da guera, um cacique é um livro ambulante, ele sabe de tudo, da mata, das festas, das rezas, da vida”, explicou.

Popularização da cultura

A reitora da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), Amali de Angelis Mussi, destacou em entrevista ao Acorda Cidade, que a Flifs atua na formação cultural regional e é considerada uma das melhores do estado.

Reitora Amali Mussi | Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“A nossa Flifs tem uma importância para Feira de Santana, não só na formação dos leitores, mas para além da formação humana, porque ela implica formação cultural, troca de saberes, socialização das pessoas, educacional, então, é um investimento que nós fazemos no bem estar, no bem comum, e no desenvolvimento da cidadania. A Flifs é um marco histórico, que faz a diferença, não só para o município, hoje, mas para o próprio estado da Bahia. Tanto que ela é considerada uma das melhores feiras literárias do estado. Quero muito que todo cidadão e cidadã feirense venha visitar a feira, participe e venha nos trazer a honra da presença porque ela é organizada com muito carinho”, declarou.

A reitora informou ainda que o festival literário é organizado praticamente com um ano de antecedência, buscando melhorar a cada ano, porque contribui de forma significativa para a popularização da cultura.

“Quando essa feira acaba a gente já começa a organizar a do ano seguinte, trazemos autores renomados, a parte musical, a parte artística, os cordelistas, a feira tem atividades de manhã de tarde e de noite, em diferentes palcos. Ela contribui não só para a cultura popular, mas para a popularização da cultura. Ela mexe com sua formação, contribui para a formação humanística do homem. São temas variados, mas estamos fazendo bastante referência o bicentenário da Independência da Bahia, ao 2 de julho, esse ano, e homenagens ao Juraci Dórea, ao Chico Pedrosa, aos cordelistas, então, é a cultura viva de Feira, da Bahia, e a tradição que não podemos deixar morrer”, destacou.

Amali informou também que a Feira do Livro de Feira de Santana recebe pessoas de várias cidades.

“Temos a presença de pessoas do estado todo, inclusive, temos a presença de todas as universidades estaduais. Ano passado tivemos cerca de 50 mil pessoas e acho que neste ano deve ter em torno deste número também”, concluiu.

O evento realizado pela Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) e pelo Serviço Social do Comércio (Sesc).

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO AQUI

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