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A mesa de debate sobre o desafio enfrentado pelos escritores em um mundo de intolerância abriu oficialmente a 8ª edição da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica), no Claustro do Conjunto do Carmo, no Recôncavo Baiano, ontem (11). O escritor português Valter Hugo Mãe participou do debate ao lado do autor baiano Aleilton Fonseca, mediados pelo diretor-geral da Fundação Pedro Calmon (FPC), Zulu Araújo.
Neste ano, a Flica homenageia a escritora mineira Conceição Evaristo, que acompanha todas as atividades do evento até o próximo domingo (14). A festa tem patrocínio do Governo do Estado, por meio do Programa Estadual de Incentivo ao Patrocínio Cultural (Fazcultura).
Na abertura, a secretária estadual de Cultura, Arany Santana, destacou o trabalho que vem sendo realizado para a promoção de eventos de literatura no interior da Bahia. “Iniciativas como essa promovem não somente a cultura, como a educação e o intercâmbio entre as pessoas e autores que, em alguns casos, estão no anonimato. É um grande passo para a revolução que a gente tanto espera neste país, porque é pela via da cultura e de mãos dadas com a educação”, destacou Arany.
Para Valter Hugo Mãe, a diversidade encontrada na Bahia torna a sua participação no evento ainda mais especial. “A Bahia apresenta uma festividade e uma mistura que servem de lição para o mundo. É uma espécie de Babel improvável. É a segunda vez que venho a Bahia e quero voltar outras mil. Eu gosto de encontrar as pessoas daqui e gosto desse caráter de multiplicidade cultural”, disse.
Ao ser questionado sobre o estilo contestador da sua produção literária, Valter Hugo Mãe ressaltou que a voz pública do escritor tem que ser útil e não pode ser “adornos para que fiquem bonitinhos nas casas das pessoas”.
O encerramento do debate de abertura foi realizado pelo secretário estadual de Turismo, José Alves. Ele aproveitou para destacar que a Flica oferece uma experiência que vai além da simples contemplação. “As pessoas que estão aqui têm a oportunidade de conhecer este lugar, desfrutar de novas experiências e fazer uma troca de conhecimento com as pessoas que vivem aqui”, afirmou.
A secretária de Promoção da Igualdade Racial, Fabya Reis, também acompanhou a abertura da Flica.