História de Feira

Coletânea reúne escritos do cineasta Olney São Paulo

Olney São Paulo (1936-1978) pode ser considerado o patrono do cinema feirense.

Olney São Paulo
Foto: Reprodução

Foi lançada uma coletânea “Olney São Paulo por ele mesmo”, publicada pela Editora Fi. A obra traz textos publicados por Olney Alberto São Paulo na imprensa ao longo das décadas.

Olney São Paulo (1936-1978) pode ser considerado o patrono do cinema feirense. Foi o diretor daquele que, provavelmente, foi o primeiro filme de ficção realizado na cidade, “Um crime na rua”, curta-metragem policial.

Anos mais tarde, em 1965, lançou “Grito da Terra, um longa-metragem maduro com a participação de grandes estrelas do cinema nacional, a exemplo de Lucy de Carvalho (“Barravento”, “Os Cafajestes”), e a futura face do cinema marginal da Belair, Helena Ignez (“O padre e a moça”, “O Bandido da luz vermelha”, “A mulher de todos”).

Sua relação com a cidade se manteve mesmo depois de se mudar para o Rio de Janeiro, buscando melhores condições para a produção de seus filmes. Na década de 1970, sua mais produtiva, fez alguns documentários cujas imagens se tornaram referência quando pensamos em Feira de Santana.

São eles “Como nasce uma cidade”, de 1973, celebrando os 100 anos de emancipação política de Feira, e “Pinto vem aí”, sobre o retorno do político e ex-prefeito da cidade cassado pela ditadura militar, Francisco Pinto.

“Olney São Paulo por ele mesmo” vai além desta produção cinematográfica, nos ajudando a compreender a figura por trás dos filmes. Encontramos sua produção intelectual desde seus anos de colunista no jornal do Colégio Santanópolis, até as entrevistas dadas como um cineasta consolidado.

Passamos, assim, a conhecer um novo lado desse autor de cinema, seus projetos inacabados, suas tentativas de fazer cinema a partir de uma cidade do interior da Bahia nas décadas de 1950 e 1960.

Observamos as transformações da cidade sob sua pena. Mas também conhecemos o lado irônico desse gênio da terra que colocou Feira na tela do cinema – mundial, diga-se de passagem, uma vez que seus filmes circularam por alguns dos festivais mais renomados do mundo, sendo premiados até mesmo na Alemanha.

A obra foi organizada com cuidado pelo doutor em Filosofia (Ufba) e atual docente do Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários da Uefs, Yves São Paulo, que assina um texto de introdução ao volume, auxiliando os recém-chegados ao universo da obra de Olney São Paulo a se situar perante suas referências, momentos, e história de vida e obra, além de adicionar uma cronologia da biografia do autor.

“Olney São Paulo por ele mesmo” pode ser encontrado numa versão digital gratuita no site da própria editora. A quem preferir a versão física, ela está disponível para aquisição na Livraria Bok2 e na Amazon.

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