Acorda Cidade
Acontece entre os dias 15 e 17 de outubro a 1ª Feira Cultural do Bairro Capuchinhos. O evento reúne várias atividades culturais e de entretenimento, que serão realizadas na área externa do Restaurante Casa do Sertão, visando buscar expressões culturais da cidade em diferentes áreas.
De acordo com o idealizador da Feira Cultural, o empresário Getúlio Andrade, um dos objetivos é integrar a comunidade local. “O bairro Capuchinhos tem tido uma vertente de negócios com bastante pujança nos últimos anos. E a gente acredita que no mundo atual as empresas devem ter um comprometimento maior além do lucro. E a valorização da cultura é muito importante nesse aspecto”, considera Getúlio.
Ele observa que por outro lado a Feira Cultural do Restaurante Casa do Sertão oportunizará aos artistas das mais diversas vertentes mostrarem seus trabalhos à comunidade. “Feira de Santana tem uma diversidade cultural impressionante, mas a gente percebe que muitas vezes esses artistas não têm a abertura que precisam”, aponta.
Fomento à Cultura
Desde 1993, o Restaurante Casa do Sertão tem sido um espaço aberto para a difusão da cultura regional. Apresentações de repentistas, sanfoneiros, exposições de artistas plásticos, escultores e outras vertentes artísticas fazem parte do cotidiano do local. Getúlio diz que as expectativas para a 1ª Feira Cultural são as melhores. “Será uma iniciativa inédita na cidade. Três dias voltados ao lazer e entretenimento para toda a família. Desde crianças, até as pessoas com mais idade. Assim como atividades voltadas para jovens e estudantes. E tudo isso valorizando os artistas da nossa terra”, salienta.
A poesia cantada de Bule Bule na Feira Cultural
Artista de múltiplos talentos e que tem na cultura regional a inspiração para a sua arte. O multifacetado Antônio Ribeiro da Conceição, o Bule Bule, é presença confirmada na Feira Cultural do Capuchinhos. O evento acontece de 15 à 17 de outubro, na área externa do Restaurante Casa do Sertão. A Feira Cultural tem o objetivo de integrar a comunidade local através de atividades de lazer evidenciando a cultura regional. Durante o evento, os artistas locais terão a oportunidade de mostrar seus trabalhos à comunidade.
Trajetória do Artista
Antônio Ribeiro da Conceição, nome artístico Bule Bule, nascido em 22 de outubro de 1947, na Cidade de Antônio Cardoso no Estado da Bahia, musico, escritor, compositor, poeta, cordelista, repentista, ator e cantador. Ao longo dos seus mais de trinta e oito anos de carreira gravou seis Cd’s (Cantadores da Terra do Sol, Série Grandes Repentistas do Nordeste, A fome e A vontade de Comer, Só Não Deixei de Sambar, Repente Não Tem Fronteiras e Licutixo).
São quatro livros editados: (Bule Bule em Quatro Estações, Gotas de Sentimento, Um Punhado de Cultura popular, Só Não Deixei de Sambar), mais de oitenta cordeis escritos, participação em vários seminários como palestrante, varias peças teatrais e publicitárias agraciadas pelo Prêmio Colunista.
Milhares de apresentações durante a sua carreira. Atualmente ocupa o cargo de Gerente de Cultura da Prefeitura Municipal de Camaçarí, diretor da Associação Baiana de Sambadores e Sambadeiras do Estado da Bahia e da Ordem Brasileira dos Poetas da Literatura de Cordel. Recentemente foi premiado com o Prêmio Hangar De Música no Rio Grande do Norte junto com Margaret Menezes e Ivete Sangalo.
Educação através do cordel
O professor, poeta e cordelista Antônio Barreto, apresentará durante a Feira Cultural do Restaurante Casa do Sertão vários trabalhos que marcaram sua carreira na literatura regional. O cordelista baiano tem uma marca bastante peculiar: utilizar o cordel como um instrumento didático. Durante a Feira Cultural ele ministrará oficinas de cordel, explicando a utilização da literatura regional como ferramenta pedagógica. A Feira Cultural tem o objetivo de integrar a comunidade local através de atividades de lazer evidenciando a cultura regional. Durante o evento, os artistas locais terão a oportunidade de mostrar seus trabalhos à comunidade.
Natural de Santa Bárbara, Antônio Barrteo teve na infância contato com os violeiros e repentistas nas Feiras por onde passava, observava atento com um olhar sertanejo, sonhava com sua cultura nordestina, “então minha alma já era cordelista” ele diz. Mas, somente em 2004 que Antônio Barreto produz oficialmente por incentivo de amigos cordelistas, como Jotacê Freitas e Antônio Vieira e violeiros, seu primeiro cordel, interagindo com outros cordelistas conhecidos na Bahia.
Pertencente a uma família de 18 irmãos, como muitas outras crianças do interior da Bahia Barreto só foi alfabetizado aos 10 anos, como por necessidade teve que se mudar para Salvador para continuar os estudos secundários. “Naquela época ou se ia para Feira de Santana ou para Salvador”, “para quem tinha condições de se manter, quem não tinha, parava por onde desse mesmo” ele conclui.
Em Salvador ele se fixa, trabalha no Pólo Petroquímico e cursa a faculdade de letras. Mas o espírito aventureiro, o espírito da infância te acompanha, ele afirma “o sertão é meu lugar”, o sertão está presente na sua vivência, tudo que ele escreve têm a ver com o menino do sertão e o homem urbano, que lembra o jovem com muita dificuldade de se relacionar com as pessoas e seu primeiro encontro poético com a lua e ela com ele aos 19 anos, no avarandado da casa.
Como um bom cordelista de seu tempo, Barreto escreve sobre temas do seu cotidiano, alerta sobre o HIV, Política (As mentiras que o povo gosta em época de eleição), critica, propõe mudanças, grita com muita poesia e esperteza de cordelista. Seu primeiro cordel foi “O discurso de um caipira”, que estimulou pra mais de 50 livretos, entre eles “Canto Lírico de um Sertanejo”, pelejas como “ A peleja virtual de uma mulher valente com um cabra cismado” junto com “cordelista-feminista-militante” Dona Creuza Meira, e a pouco terminou “Peleja de sabedoria com a Internet”, nesse tempo “já deve de ter” idéias pairando publicações.
Como professor utiliza o cordel como um instrumento pedagógico, atualmente trabalhando com alunos de 2°grau e em oficinas de cordel, já realizadas em Valença, Sr. do BomFim, Ilhéus, entre tantas outras cidades. Com sua viola, ou violão e, quem sabe a guitarra, Barreto segue na sua vida urbana significada pela sua poesia sertaneja.