Feira de Santana

Bando Anunciador: Resgatado há 5 anos a festa reforça as tradições culturais de Feira de Santana

Número de participantes no cortejo superou edições anteriores. Além das comemorações pelas ruas, o projeto discute questões referentes à cidade, seus valores e identidade.

Ney Silva

Movimento de expressão da cultura popular forte da cidade de Feira de Santana, o Bando Anunciador desfilou na manhã deste domingo (03), pelas ruas da cidade. O evento anuncia festa de Senhora Santana, padroeira do município que ocorre este mês. O Bando, que estava extinto há mais de duas décadas, foi resgatado em 2007.
 

A festa começou com um café da manhã nas dependências do Cuca (Centro Universitário de Cultura e Arte). Antes de sair às ruas, as pessoas dançaram e se confraternizaram com a chegada dos grupos folclóricos. Vieram grupos de vários bairros mostrando sua diversidade cultural. Por volta das 7h30, já organizados na rua Conselheiro Franco, os grupos folclóricos iniciaram o desfile.

 
A diretora do Cuca, Celismara Gomes da Silva, organizadora do evento, lembra que  essa expressão artística era muito forte no final da década de 80.
 
" Há cinco anos resgatamos essa alegria das pessoas nas ruas e tudo isso faz parte do patrimônio imaterial de nossa cidade", afirmou. 
 
Ela disse também que esse evento não pode acabar novamente porque se trata do resgate das nossas tradições.


 

O Bando Anunciador sempre atrai a atenção de políticos. Entre as pessoas que acompanhavam o desfile, estava presente o deputado federal Sérgio Carneiro. Filho de Feira de Santana, o deputado sempre demonstra muito entusiasmo em prestigiar a festa ao lado de amigos e do povo em geral.
 

O secretário nacional de turismo e ex-deputado federal, Colbert Martins da Silva, também acompanhou o desfile ao lado do ex-secretário estadual de Ciência e Tecnologia, professor Ildes Ferreira. A todo momento eles eram cumprimentados por integrantes de grupos folclóricos que desfilavam.
 

Depois de ser literalmente abraçado por estudantes da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) com seus corpos sujos de carvão, o vereador Marialvo Barreto (PT), achou um exagero a brincadeira. Mas, depois reconheceu que o objetivo é apenas chamar atenção do público para o  "Nego Fugido", que segundo a história era um cangaceiro de lampião que teria fugido do bando dele para não enfrentar as Volantes ( patrulhas da Polícia que perseguia José Virgulino, o Lampião, com intuito de acabar com o Cangaço).
 

E por falar em cangaço, a professora Rita Suzarte decidiu participar do Bando Anunciador com vestimenta de mulher cangaceira.

"A  fantasia é uma homenagem que faço à minha cidade Princesa do Sertão e a Universidade Estadual de Feira de Santana ", disse destacando que a festa é um resgate das tradições da cidade.

 

 
Liderança do Movimento Negro, a também professora, Ivanide Santa Bárbara, fez uma avaliação positiva da manifestação cultural.
 
" O Bando Anunciador enche a alma da gente de alegria em saber que a cultura resiste e não morre", afirmou.
 
 
Ela disse ainda que tem a expectativa de que nos próximos anos o evento continue crescendo com um maior número de pessoas participando. A alegria e a animação segundo Ivanide, são fatores que elevam o Bando Anunciador.

O cantor e compositor Carlos Pitta, todos os anos prestigia o Bando Anunciador. Ele disse que é preciso despertar nas pessoas o sentimento cultural, para tornar a cidade ainda mais ativa nesse segmento.

" Existe um pensador que diz que o que pode fortalecer um povo é a sua cultura", afirmou.
 

Acompanhado da esposa, ele destacou que principalmente na época de hoje na qual a violência tende a imperar por conta de vários movimentos contrários ao desenvolvimento da sociedade, o Bando Anunciador é uma manifestação para a liberdade.

" Aqui todo mundo pode vir fantasiado do que quiser", observa Carlos Pitta.
 

Contando com o  apoio da Prefeitura Municipal de Feira de Santana,  da SMT (Superintendência Municipal de Trânsito) e  organizado pela UEFS, os grupos folclóricos vindos de vários bairros da cidade puderam de forma democrática expressar o que há de melhor na cultura do povo feirense.

 


 


 


 


 


 

Fotos: Ney Slva/Acorda Cidade

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