Rachel Pinto
O que aparentemente pode ter um conteúdo inofensivo, com apresentação de elementos infantis, brincadeiras e cores que chamam atenção, pode desencadear vários tipos de comportamentos e até transtornos psíquicos. Estamos falando da série coreana Round 6, que está disponível na Netflix, é um fenômeno mundial de audiência e que de inofensiva não tem nada.
Pelo contrário, traz cenas de violência, morte, suicídio e trapaça e que apesar da classificação indicativa de 16 anos, está sendo assistida por muitas crianças, adolescentes e preocupa pais, educadores e psicólogos por todo o mundo. O podcast do ‘Escuto cá entre nós’, debateu sobre este tema e a psicóloga Débora Oliveira explicou quais as implicações do consumo de conteúdos violentos como os que são apresentados pela série.
Segundo Débora, têm chegado ao consultório casos clínicos relacionado à série, assim como a outras programações que envolvem violência. Para ela, a violência é algo que instiga o ser humano.
“A gente sempre consumiu violência, é o que vende no jornal, na publicidade. Nós seres humanos temos algo direcionado muito à violência, ao medo. Eles nos atraem, ao mesmo tempo que geram o terror e o pânico. Nos instigam e isso faz parte da nossa constituição, principalmente no mundo masculino. Perecebemos que os meninos costumam ser incentivados inclusive pelos pais a resolverem seus conflitos pela via da violência, e é muito comum, como por exemplo, não voltar apanhado da escola. A gente precisa ter um cuidado com os filhos, mas não precisa incentivar a violência, a criança precisa entender que existem outras formas de resolver os conflitos que não seja pela violência”, declarou.
A psicóloga avalia que o consumo de conteúdos violentos pode causar tanto em adultos como em crianças e adolescentes ansiedade, dificuldade com o sono, insônia e até mesmo ser um gatilho para desencadear algum tipo de transtorno, como crise de pânico, ou transtorno obsessivo compulsivo. Para ela, o diálogo é importante para orientar as crianças e os adolescentes, assim como a construção de uma relação de confiança.
“A situação ideal é conseguir construir com essa criança e com esse adolescente uma relação saudável, um laço firme em que exista a confiança e que a possa de fato trocar com esse filho coisas que sejam para a idade dele. Que eles possam retribuir esse laço, porque a confiança é retribuída. Se a pessoa dá confiança, leva ao diálogo, terá confiança em troca”, frisou.
Para ouvir todas as explicações da psicóloga, acesse aqui o podcast.