A internet tem facilitado as nossas vidas, seja para conseguir informações ou para resolver problemas. Porém, indivíduos mal-intencionados podem utilizar-se das ferramentas digitais para aplicar golpes. Um deles é o phishing: roubo de informações pessoais através de e-mails, SMS, redes sociais ou ligações telefônicas, com o objetivo de cometer fraudes. Geralmente, os criminosos usam texto com senso de urgência para que a vítima clique nos links maliciosos sem avaliar o assunto ou se informar em fontes confiáveis.
“Este tipo de técnica usa aspectos psicológicos para induzir uma pessoa a entregar, por sua própria iniciativa, seus dados pessoais”, esclarece Sérgio Spínola, professor do curso de Sistema de Informações da Universidade Salvador (Unifacs). Ao clicar nos links ou páginas falsas, os golpistas conseguem roubar dados confidenciais, informações de login e até instalar malwares (programas maldosos) no dispositivo da vítima.
Professor do curso de Direito da Unifacs, Pablo Domingues lembra que a Lei 14.155/2021 tornou a penalidade para esse tipo de crime ainda mais grave, aumentando a pena para a violação de dispositivo informático, furto ou estelionato cometidos de forma eletrônica ou pela internet. A depender do enquadramento do delito, a pena para quem comete o phishing pode chegar a até oito anos de prisão.
O especialista diz que a legislação brasileira vem buscando se adaptar às novas modalidades de golpes, elaborando leis mais modernas, que conectam mais o Direito com a realidade trazida pelas novas tecnologias. “As polícias estão cada dia mais preparadas e capacitadas, com especialização dos seus agentes na área de crimes virtuais. Por outro lado, as penas vêm sofrendo um aumento, com o objetivo de tentar promover uma contenção deste tipo de criminalidade”, observa Domingues.
Atenção aos sinais
O usuário deve estar atento às informações que são repassadas por e-mail, principalmente quando eles solicitam dados pessoais ou senhas de acesso, ou quando o remetente da mensagem é desconhecido.
O professor Sérgio Spínola lembra que é possível notar os sinais de que há algo errado na mensagem recebida. “Na maioria das vezes é fácil identificar estas mensagens apenas observando com mais detalhes o remetente, principalmente quando o nome está associado a um endereço de e-mail desconexo ou sem relação com o órgão ou empresa a qual ele diz pertencer”, esclarece.
O especialista ressalta também que, em caso de e-mails suspeitos, é importante que o usuário entre em contato com o órgão ou empresa através de um site confiável ou pelo telefone disponibilizado no site oficial para checar a informação.
Entre os principais sinais para reconhecer um e-mail ou mensagem de phishing, estão:
- Endereço do e-mail desconexo com a empresa ou instituição a qual o remetente está associado;
- Mensagem com conteúdo de urgência com títulos que assustam, como: “você caiu na malha da Receita Federal”;
- Remetentes novos ou não frequentes;
- Erros gramaticais ou ortográficos;
- Saudações genéricas, como: “Prezado senhor ou senhora”;
- Links suspeitos ou anexos inesperados.
Dicas para se proteger desses golpes
Reconhecer o conteúdo suspeito das mensagens é o primeiro passo de proteção contra o phishing. O professor Sérgio Spínola orienta: “no caso da pessoa física, ela deve buscar a configuração do seu leitor de e-mail para bloquear SPAM e nunca clicar em links que tenham sido enviados sem o seu requisito. Se você requisitou o link, então ele provavelmente é válido, mas o envio de links sem solicitação prévia é bastante perigoso”.
Para confirmar se o conteúdo da mensagem é verdadeiro, uma dica é entrar em contato com os telefones disponibilizados no site oficial da empresa, jamais naqueles fornecidos no próprio e-mail. Além disso, é essencial desconfiar de mensagens de qualquer natureza que contenham ofertas, vantagens, avisos e alarmes. “Uma boa parte dos ataques perpetrados atualmente foca no aspecto mental dos usuários, induzindo-os a entregarem eles mesmos as chaves do cofre. E mesmo os usuários mais avançados, em um momento de distração, estão sujeitos a cair nestes golpes”, finaliza o especialista.
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