Tecnologia

Feirenses opinam sobre uso exagerado do celular como causa de dependência

O hábito de divulgar na internet praticamente tudo que está fazendo faz parte do dia a dia de quem estar sempre conectado principalmente em aparelhos móveis.

Andrea Trindade
 
“Perco na prova, mas não peco a piada”. A frase foi publicada numa rede social por um estudante que usou o celular para fotografar a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no sábado (26), primeiro dia de prova. Além dele outras pessoas se comportaram da mesma maneira mesmo sabendo que é proibido publicar fotos do gabarito ou questões do exame, sob pena de serem desclassificados ou até mesmo processadas.
 
O hábito de divulgar na internet praticamente tudo que está fazendo faz parte do dia a dia de quem estar sempre conectado  principalmente em aparelhos móveis. Pais, especialistas e comerciantes de produtos de tecnologia, reconhecem que o constante uso de smartphones ou tablets pode causar dependência.
 
O empresário Luciano Pinto, que trabalha com estrutura de redes e gestão empresarial, disse que a situação é preocupante.  “Eu tenho filhos e sei que não podemos distanciá-los dessa área porque é importante que os jovens tenham contato com a tecnologia desde cedo, mas é importante que a família os acompanhe e os oriente, de modo que eles não percam o contato humano, e as brincadeiras que exigem relacionamento interpessoal e não se prejudiquem”, disse.
 
“Sem dúvida nenhuma,  a tecnologia é de grande valia para a sociedade. Estamos acompanhando a evolução dos serviços, a comodidade que a tecnologia oferece, mas por outro lado observamos um condicionamento do cidadão, inclusive crianças e adolescentes, ao uso excessivo da tecnologia da informação. Isso tem distanciado as pessoas, gerado isolamento social”, continuou.
 
Há quem não use computadores e celulares o tempo inteiro e em número bem menor há pessoas que acreditam que é possível viver sem esses equipamentos.  Para o jornalista Paulo Norberto as pessoas estão se escravizando. Ele disse que usa celular de um modelo simples e prefere a velha máquina de escrever à usar o computador.
 
“Eu não sou escravo da tecnologia. Uso celular desde quando ele surgiu, aquele tijolão que pagava taxa de habilitação, e hoje uso um celular comum, que custou R$ 90. Esqueço na mesa de qualquer bar e o garçom me chama para devolver. Uso a internet por causa do e-mail, meu Facebook quem usa é a secretária para divulgar eventos. Escrevo na minha máquina datilográfica, que ganhei há 20 anos. Em Feira só eu e o jornalista Zé Coió usam máquina de escrever, na Bahia era Jorge Amado e no mundo era José Saramago. O que escrevo na máquina mando uma pessoa passar para o computador. O celular é uma ferramenta importantíssima para se comunicar , não pode te escravizar”, declarou.
 
A jornalista Roberta Costa, que  revelou está ficando dependente do celular,  contou que ficou sem o aparelho por três dias, após ser furtada. Ela disse que foram três dias terríveis, porque ficou sem WhatsApp, Instagram, e contatos do trabalho e amigos.
 
“Com o celular a gente consegue se comunicar mais rápido com as pessoas. Só durmo depois de olhar o aparelho e quando acordo a primeira coisa que faço é verificar as atualizações”, disse.
 
Apesar da declaração, Roberta afirma que o smartphone não atrapalha suas relações humanas. “Algumas pessoas quando estão na mesa de bar com os amigos nem conversam entre si, ficam com seu aparelho substituindo, sem perceber, as relações sociais. Eu não faço isso quando saio com meus amigos. Evito ao máximo uar o celular, para não confundir as coisas”, destaca.
 
O psicólogo Carlos Mendonça, explica que o uso dos equipamentos está prejudicando a relação interpessoal.  “Já se tem percebido um comportamento exacerbado.  As pessoas vão aos lugares e o aperto de mão e o olhar da comunicação estão ficando defasados em relação a esse vício que estamos vivenciando nessa era tecnológica. Bem verdade que são importantes meios de comunicação, mas não podem substituir a inter-relação pessoal porque isso é necessário para o desenvolvimento das crianças e adolescentes e para nossa existência social”, enfatizou.
 
A comerciante Ângela Gonçalves disse que os parelhos com sistema Androide, são os mais procurados. “Os clientes são pessoas de todas as idades. Não existe idade específica e as crianças já vão sabendo o tipo de aparelho que querem”, disse. 
 
O aparelho com Android, da Google, normalmente tem o valor abaixo dos produtos da Apple (IOS) e tem uma gama muito maior de aplicativos gratuitos, o que o torna mais atrativo.
 
Com informações do repórter Ney Silva do programa Acorda Cidade
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